sábado, 28 de agosto de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Boas férias

O ano chegou ao fim, e este blogue também. Deixo-vos aqui um vídeo que vimos em aula e desejo a todos boas férias.

Dois textos sobre monarquia 'versus' república

República ou Monarquia? Para começar, devo dizer que ambos os sistemas de governo têm aspectos positivos e negativos.
Os monarcas referem-se muito ao passado de Portugal e à sua História, quando o nosso país atingiu o seu apogeu, ligando assim a Monarquia a todos os acontecimentos que, ainda hoje, orgulham o nosso país. Referem também que alguns dos países mais desenvolvidos têm uma Monarquia e não uma República, ou, ainda, que uma pessoa, desde pequena, por saber já que vai ser Rei, irá preocupar-se mais com as necessidades do povo e do país e ter assim uma maior responsabilidade.
Na minha opinião, nenhuns destes argumentos são validos ou reforçam a ideia de que se deveria estabelecer uma Monarquia. Posso tentar acreditar que se tivéssemos um rei iria ser talvez menos dispendioso para o país (pois não teríamos de pagar a ex-presidentes, por exemplo), mas tenho algumas dúvidas. Penso que não há nada como uma democracia, isto é, sermos nós (maioria) a escolher quem deve governar. Numa Monarquia, o rei tanto pode ser um excelente governador como pode não ser; é claro que o mesmo pode acontecer numa República, mas o povo tem a possibilidade de escolher.
Os monarcas acreditam que a República é a causa do “estado” do nosso país, mas será que com a Monarquia o país iria melhorar?

Camila (10.º B)

Numa Monarquia, quem governa é um rei, que possui todo o poder. O seu mandato é vitalício, sendo assim difícil demitir o mesmo do cargo. Noutros tempos, o rei era visto como uma figura divina, como alguém que foi escolhido por Deus para governar.
Já numa República existe um presidente e um parlamento (república presidencial ou república parlamentar), que são eleitos pela população. Os poderes judicial, legislativo e executivo estão individualizados. E qualquer um com condições pode ocupar o cargo de governante.
Na República, o governante é eleito pela população, enquanto na monarquia o rei governa por ter nascido na família real. Mas isto pode ser uma vantagem, já que um rei foi toda a vida ensinado e formado para o cargo, enquanto na República o governante é eleito pela população, que, por vezes, é altamente influenciável.
Numa Monarquia, como o governante não é eleito, pode-se dizer que isso é injusto (existem pessoas beneficiadas com o facto de pertencerem à família real), mas numa República isso também se verifica, pois alguém ligado a uma pessoa que esteja no governo consegue obter favores por parte da mesma.
Na República, é necessário que haja eleições para escolher os representantes da população. Para isso, tem de haver campanhas eleitorais e dinheiro para as realizar, e, como são periódicas (quatro ou cinco anos), o dinheiro gasto é muito maior que numa Monarquia, já que esta não necessita de eleições.
Na Monarquia em teoria, será fácil que o governante crie leis e governe em prol das suas necessidades. Mas isto mesmo já se verifica também nas democracias, apesar de haver mais controlo. Existem pressões por parte do governo nos sistemas judiciais, quer em forma de subornos, quer em forma de ser esse mesmo governo que escolhe as pessoas que trabalham no sistemas, de modo a conseguirem satisfazer a sua vontade.
Em suma, podemos perceber que nenhum destes sistemas é perfeito; logo, deveríamos analisar todos os argumentos de cada um dos sistemas, colocá-los à disposição da população e realizar m referendo de modo a que, por voto, se conseguisse escolher, de modo racional, qual o melhor sistema de governo. Assim, conseguiríamos, talvez, pensar num novo sistema que fosse baseado nas duas formas de governo.
(Gonçalo, 10.º A)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Exercícios

Indique os actos ilocutórios que correspondem aos enunciados que se seguem:
Este filme é interessante.
Que dia é hoje?
Garanto-te que amanhã vamos ao cinema.
Estou-te agradecido pela tua ajuda em todo o processo.
A aula terminou. (professor)
Concordo com o que disseste.
Admito que deveria ter-me esforçado mais.

Nas frases que se seguem, assinale os deícticos:
Começaram o trabalho ontem.
Não saias daí.
Aquele carro é muito grande.
O João já vem ali.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Música

Classes de palavras (de acordo com a nova gramática)

DETERMINANTES
Artigos definidos - o, a, os, as
Artigos indefinidos - um, uma, uns, umas
Determinantes possessivos - meu, teu, nosso, vosso
Determinantes indefinidos - certo, outro
Determinantes interrogativos - qual? , quais?, que?
Determinantes demonstrativos - este, esse, aquele, estas, o mesmo, o próprio, o outro, tal
Determinantes relativos - cujo

QUANTIFICADORES
Quantificadores existenciais - (referem a existência das realidades, mas a quantidade é imprecisa): muito, pouco, tanto, algum, vários, bastante
Quantificadores relativos - quanto
Quantificadores numerais:
cardinais: dez, quinze, vinte…
multiplicativo: o dobro, o triplo, o quíntuplo…
fraccionário: metade, um quinto, um sexto…
Quantificadores universais (referem a globalidade dos elementos do conjunto): todo, nenhum, qualquer, ambos, cada

NOMES (ou substantivos)
Próprios: Portugal, Maria, Outubro
Comuns: rapaz, cão, país
Colectivos: alcateia, frota, matilha
Contáveis (designa algo que pode ser enumerável): o gato, os gatos
Não contáveis (referem-se a algo que não pode ser enumerável ou em que não se podem distinguir partes): : água, ar, bondade, saúde
Não contáveis massivos - (o que é nomeado pode ser enumerado indirectamente através de uma expressão e é sobre essa expressão que recai a marca do plural) – arroz (Comi arroz. Comi uma colher de arroz. Comi duas colheres de arroz)

ADJECTIVOS
Adjectivos numerais ordinais: primeiro, segundo, terceiro
Adjectivos qualificativos: brioso, bonito, alegre, agradável
Adjectivos relacionais (estabelecem uma relação diversificada com o nome a que se referem - de agente,de posse, de origem…): revolta estudantil; campeonato mundial, governo português. (podem ser substituídos por complemento preposicional: revolta dos estudantes, campeonato do mundo, governo de Portugal)

PRONOMES
Pessoais: eu, tu, ele, nós, vós, me, mim, ti, o, a, os, as…
Pessoal reflexo (tem a função de complemento directo e refere-se ao sujeito): me, te, nos, vos, se,si, consigo (ex. O João magoou-se a si próprio.)
Pessoal recíproco (só ocorre em frases com o sujeito no plural ou composto): nos, vos, se (ex.zangamo-nos, cumprimentámo-nos um ao outro, eles vêem-se um ao outro)
Se impessoal – exprime o sujeito nulo indeterminado (alguém) - (ex. Diz-se que..., aluga-se apartamento.)
Se passivo – partícula apassivante (ex. Venderam-se várias moradias. = foram vendidas)
Se inerente- pronome pessoal que faz parte da sintaxe própria do verbo – ( me, se, te, nos, vos)
Ex. Atrevi-me a falar. Eles riram-se. Eles portaram-se bem
Possessivos: meu, teu, sua, nosso, seus,...
Demonstrativos: este, esse, aquele, o outro, o mesmo, o tal, o
Indefinidos: algum, nenhum, tanto, outro, muito, pouco, todo, qualquer
Interrogativos: Qual?, Quanto?, Que?, O quê?, Quem?
Relativos: o(a) qual, os (as) quais, que, quem

VERBOS
Regulares: (o radical não se altera): cantar (canto, cantavas, canto, cantaremos…)
Irregulares (a flexão não respeita o modelo de conjugação a que pertence): dizer (digo, dizias, digam,diremos)
Formas verbais supletivas (formas que não seguem o radical principal do verbo, são flexionadas a partir de outros radicais, aos quais a conjugação desse verbo recorre): ser (sou, fui)
Defectivos- ( têm uma conjugação incompleta): demolir, falir
Defectivos impessoais (só se flexionam na 3ª pessoa): nevar, chover…
Defectivos unipessoais ( só se flexionam na 3ª pessoa do sing. e plural e exigem um
sujeito específico): miar, cacarejar…
Intransitivos: cair, passear,...
Transitivos directos: comer, ler, beijar,...
Transitivos indirectos: obedecer,...
Transitivos directos e indirectos: prometer,...
Transitivos-predicativos: (seleccionam predicativo do complemento directo): achar, considerar
Copulativos: ser, estar, parecer, ficar, permanecer…
VERBOS AUXILIARES
dos tempos compostos – ter ou haver (+ Particípio Passado)
da passiva – ser (+Particípio Passado)
Valor
- temporal – haver de ou ir (+ Infinitivo)
- aspectual – estar, ficar, continuar, andar, ir, vir (a + Infinitivo.ou Gerúndio);começar a (+ Infintivo);
- deixar de, acabar de (+ Infintivo)
- modal – dever, ter de (+ Infintivo); - poder (+ Infinitivo)

PREPOSIÇÕES E LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
a, ante, após, até, com, de, desde, em, entre, para, perante, sem, sob, - abaixo de, acerca de, a fim de, além de, antes de, atrás de, em vez de, para com, perto de, por cima de, por entre….

ADVÉRBIOS
Advérbios de predicado-
com valor de tempo: agora, ainda, amanhã, antes, cedo, tarde…
com valor de lugar: abaixo, acima, adiante, aí, atrás, lá
com valor de modo: assim, bem, depressa, devagar, amavelmente…
Advérbios de frase: certamente, efectivamente, felizmente, possivelmente, realmente…
Advérbios conectivos: assim, contrariamente, consequentemente, nomeadamente, primeiramente, primeiro,
seguidamente, porém, todavia, contudo, portanto…
Advérbio de negação: não
Advérbio de afirmação: sim
Advérbios de quantidade e grau: bastante, mais, demais, excessivamente, demasiado, menos, muito, pouco,tanto, tão…
Advérbios de inclusão: até, inclusivamente, mesmo, também
Advérbios de exclusão: apenas, exclusivamente, senão, só, somente, excepto, salvo, unicamente
Advérbios interrogativos:
de modo: Como?
de causa: porque?
de lugar: onde?, aonde?, donde?
de tempo: quando?
Advérbios relativos: onde, como
Locuções adverbiais: a cada passo, às direitas, com certeza, em silêncio, a custo, no entanto, por conseguinte, sem dúvida, de novo, em geral…

INTERJEIÇÕES E LOCUÇÕES INTERJEITIVAS
ai!, ui!, ah!, olá, caramba!, meu Deus!, bravo! Socorro!

CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES CONJUNCIONAIS
Coordenativas copulativas: e, nem, nem...nem, não só…mas também
Coordenativa adversativa: mas
Coordenativas disjuntivas: ou, ou...ou; quer…quer; ora...ora; seja...seja
Coordenativa conclusiva: logo
Coordenativas explicativas: pois, porquanto
Subordinativas causais: porque, que, visto que, já que, pois que, dado…
Subordinativas temporais: quando, enquanto, antes que, logo que…
Subordinativas condicionais: se, a não ser que, desde que, excepto se…
Subordinativas consecutivas: que, (de tal modo) …que, (tão) …que, (tanto)…que…
Subordinativas comparativas: como, assim como…assim, tão…como,..
Subordinativas concessivas: embora, conquanto, ainda que, se bem que, nem que…
Subordinativas finais: para que, a fim de que…
Subordinativas completivas: que, se, para

Teste (texto lírico)

Poema "Pequena elegia chamada domingo"

1.ª versão
Interpretação
1. Divida o poema em partes. Justifique a sua resposta. (igual à 2.ª versão)
O poema pode ser divido em duas partes. Na primeira, que corresponde à primeira estrofe, o sujeito poético fala de um tempo que passou (os verbos estão no pretérito imperfeito), um tempo em que o "tu" estava presente; na segunda parte (segunda estrofe), introduzida pelo deíctico temporal "hoje", o sujeito poético fala de um tempo em que o "tu" já não está presente.
2. Retire da primeira estrofe do poema dois deícticos pessoais. (1)
"Tuas", "meus".
3. O sujeito poético refere uma mudança provocada por um acontecimento.
3.1. Com base numa interpretação global do poema, diga qual foi esse acontecimento.
Esse acontecimento terá sido uma separação e o afastamento do "tu"; o tom da segunda estrofe, um tom elegíaco, reflecte esse acontecimento.
4. O sujeito poético não expressa a oração subordinante para a oração condicional que surge no parêntese do poema. De acordo com o sentido do poema, sugira um verso com a oração subordinante.
(exemplo) Eu voltaria a ter a natureza ao pé de mim.
5. Retire do poema uma figura de estilo e indique o seu valor expressivo. (igual à 2.ª versão)
Nos vv. 13-14, encontramos o polissíndeto. A repetição de conjunções traduz melhor a ideia de que o "tu" representava muito para o sujeito poético, trazendo até ele muitas coisas (montes, nuvens, rios).
6. Comente os efeitos que a presença e a ausência do «tu» têm no sujeito poético. (igual à 2.ª versão)
Com base numa leitura global do poema, poder-se-á dizer que a presença e a ausência do "tu" determinam o modo como o sujeito poético percepciona a natureza. Na sua presença (primeira estrofe), o sujeito poético sente a natureza mais próxima de si. Na segunda estrofe, o segundo momento do poema, a natureza fica distante («Os montes estão distantes...», v. 17). No entanto, é possível encontrar no poema uma ambiguidade relativamente ao que a natureza significa. De facto, na primeira estrofe, a natureza parece estar / ser o corpo do "tu"; na segunda estrofe, a natureza deixa de estar no "tu" (o sujeito poético coloca a possibilidade de o "tu" vir sem a natureza).

Funcionamento da Língua
1. Classifique as orações que se encontram nos dois versos: «[era] Uma coisa tão pequena / que cabia inteirinha nos teus olhos.» (vv. 2-3)
oração subordinante (v. 2)/ oração subordinada adverbial consecutiva (v. 3).
2. «(Se ao menos elas viessem […])» (v. 12). Releia o poema e substitua, neste verso, o pronome pelo antecedente.
"As mãos"
3. Reescreva as frases apresentadas substituindo apenas as expressões sublinhadas por pronomes:
a) Eu vou dar o jogo à Sara. (eu vou dá-lo à Sara)
b) Eu vou dar o jogo à Sara. (eu vou dar-lho)
c) Nós queremos o debate. (nós queremo-lo)
d) Eu darei um recado ao José. (eu dá-lo-ei ao José)
e) Eu daria um recado ao José. (eu dá-lo-ia ao José)
f) Eu daria um recado ao José. (eu dar-lho-ia)
4. Indique a função sintáctica das expressões sublinhadas nos versos seguintes:
«Nas tuas mãos / estavam os montes os rios /e as nuvens
Os montes os rios / e as nuvens - sujeito composto.
Nas tuas mãos - predicativo do sujeito.

Expressão escrita
Pergunta de resposta aberta. Produção de texto.

2.ª versão
Interpretação
1. Divida o poema em partes lógicas. Justifique a sua resposta. (igual à 1.ª versão)
2. Retire da segunda estrofe do poema um deíctico pessoal e um deíctico temporal.
"meus", "hoje".
3. Tendo em conta a mudança que é referida no poema, explique a utilização do advérbio “apenas” (v. 15).
A utilização do advérbio reforça a ideia de que, no presente ("Hoje"), o sujeito poético vive o domingo e percepciona a natureza de forma diferente, sem a presença do "tu", cujas mãos já 'não vêm'.
4. De acordo com o sentido do poema, sugira um verso com uma oração subordinada causal que pudéssemos acrescentar a estes dois versos: «O domingo está apenas nos meus olhos / e é grande» (vv.15-16).
(exemplo) Porque tu não estás aqui
5. Retire do poema uma figura de estilo e indique o seu valor expressivo. (igual à 1.ª versão)
6. Comente os efeitos que a ausência do «tu» tem na forma como o sujeito poético percepciona a Natureza. (igual à 1.ª versão)

Funcionamento da Língua

1. Classifique as orações que se encontram nesta frase: Embora o domingo esteja nos meus olhos, eu penso em ti quando quero.
Embora o domingo esteja nos meus olhos - oração subordinada adverbial concessiva; eu penso em ti - oração principal; quando quero - oração subordinada adverbial temporal.
1.1. Substitua a expressão “embora” por “apesar de…” e reescreva a frase procedendo às alterações necessárias.
Apesar de o domingo estar nos meus olhos, eu penso em ti...
2. Reescreva as frases que se seguem substituindo as expressões sublinhadas por pronomes: (2)
a) O João vai dar o jogo à Sara. (o João vai dá-lo à Sara)
b) O Rui vai dar o jogo à Sara. (o João vai dar-lho)
c) Eles exigem o debate. (eles exigem-no)
d) Tu darás um recado ao José. (tu dá-lo-ás ao José)
e) Tu darias um recado ao José. (tu dá-lo-ias ao José)
f) Vós veríeis o filme. (vós vê-lo-íeis)
3. Indique a função sintáctica das expressões sublinhadas no v. 15:
«O domingo está apenas nos meus olhos.» (1)
O domingo - sujeito
nos meus olhos - predicativo do sujeito.

Expressão escrita
(igual à 1.º versão)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Apresentação de um livro de Álvaro Arranja


Dia 20, pelas 17h, na Biblioteca da Escola. O Francisco Costa (10.º B) vai fazer algumas perguntas ao autor. Apareçam!

As perguntas do Francisco foram:
1. Na sua opinião, o que explica que Setúbal tenha sido um foco dos movimentos revolucionários, no final do séc XIX / início do séc XX? A cidade tem algo de especial?
2. O proletariado tinha consciência ideológica, ou apenas se filiava a movimentos revolucionários à espera de melhores condições de vida?
3. O que aconteceu ao movimento anarquista, ou melhor, anarco-sindicalista, em Setúbal, entre o período falado no livro e a actualidade?
4. No livro, apresenta alguns jornais como A Batalha (CGT), O Trabalho (socialista) e o Germinal (anarco-sindicalista). Acha que a "rivalidade" gerada entre estes jornais era uma forma de controlar o pensamento, ou melhor, as convicções políticas, ou as ideias dos operários setubalenses era suficientemente fortes para não serem alienáveis?
5. Os militantes anarco-sindicalistas e socialistas expressaram o seu contentamento para com a revolução republicana, dizendo que seria "um passo em frente"(O Trabalho, 16.10.1910). Não acha que a luta destes movimentos foi cessada aquando do começo da I República?
6. Após a revolução militar de 1926, e com a instauração da censura, os jornais de ideais revolucionários, ou mesmo republicanos mais à esquerda (como o jornal O Setubalense) diminuíram a sua actividade, até esta cessar. Acha que os dirigentes e o redactores destes jornais deixaram a vida política, ou mantiveram a sua actividade, de forma secreta (ou menos falada)?
7. Segundo a imprensa da época, o Gen. Gomes da Costa, quando organizou e encabeçou a revolução de 1926, não tinha intenção de instaurar uma ditadura militar, como aconteceu. Segundo a imprensa, o general foi corrompido pelo”reaccionarismo monárquico” (Voz Sindical 20.6.1926). Concorda com tal interpretação?
8. Durante o único governo claramente de esquerda, que esteve no poder entre 1924/25, Domingues dos Santos, presidente do ministério, aplicou uma grande reforma ao sector bancário, com vista a prevenir a especulação, e, assim, o lucro fácil por parte dos “ricos”.Que respostas foram dadas pelas organizações representantes das “forças vivas”, como, por exemplo, a UIE?
9. Jaime Rebelo, militante anarco-sindicalista, cortou a sua própria língua, temendo revelar os segredos das forças revolucionárias de que fazia parte aos seus captores. Este é um exemplo isolado ou podemos generalizar esta garra à maioria dos militantes anarco-sindicalistas da época, ou até mesmo à maioria dos revolucionários?

sábado, 1 de maio de 2010

Feira do Livro de Lisboa


Até 16 de Maio no Parque Eduardo VII.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Orações subordinadas

Identifique nas frases que se seguem orações subordinadas e classifique-as:

Devem preservar o edifício para que as pessoas saibam a verdade.
Se o edifício está preservado, as pessoas visitá-lo-ão.
Dado que tenho aulas, não vou à praia.
Estudando muito, alcanças os teus objectivos.
O teste era tão difícil que ninguém teve boa nota.
Apesar de teres positiva no teste, não terás positiva porque não fizeste o trabalho final.
Enquanto o Rui não chega, vou fazer o trabalho.

Exercícios sobre pronominalização (substituir o que está em itálico por um pronome)

Vamos ler dois livros.
Lemos dois livros.
Darei dois livros ao José.
Darei dois livros ao José.
Veremos o filme, certamente.
Veríamos o filme, certamente.
Amanhã apresentaremos o trabalho de português.
Amanhã farás o trabalho de português.
Não dês o livro ao José.

Neste blogue, encontram mais exercícios.

(Coloco aqui a correcção na próxima quarta-feira; se tiverem dúvidas, utilizem a caixa de comentários!)

1.º Teste (3.º período)

Texto lírico;
Funcionamento da Língua - orações subordinadas adverbiais; pronominalização; funções sintácticas (complementos e modificadores; tipos de sujeito; predicativo do sujeito)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Monárquicos e republicanos

Um site recomendado pela Catarina Nogueira (10.º A): No mundo da história.

domingo, 25 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"As Aventuras de Tom Sawyer"


Achámos este livro muito divertido e acessível. O pequeno Tom, com a sua imaginação fértil e o espírito alegre e aventureiro, cativou-nos bastante. Tom representa o menino que cada criança quer ser. É aventureiro e quer ser livre (de certo modo, todos temos/tivemos um Tom Sawyer dentro de nós...): «É desta vida que eu gosto! Não tenho de me levantar a horas certas, nem de ir para a escola, nem de me lavar, nem de nenhuma dessas parvoíces. Bem vêem que um pirata quando está em terra não tem de fazer nada.»

Inês Claudina e Raquel Veiga (10.º G)

"Entrevista a Catarina Ribeiro", na eMedicine

Galardoada, em 2020, com o prémio Nobel da Medicina, Catarina Ribeiro nasceu a 15 de Fevereiro de 1994, na cidade de Setúbal. Formou-se, com distinção, em Medicina, na Faculdade de Medicina de Lisboa, tendo sido imediatamente convidada para trabalhar no Departamento de Neurologia no Memorial Hospital for Cancer and Allied Diseases, em Nova Iorque.
Pediu uma licença sem vencimento de um ano para poder colaborar com os Médicos Sem Fronteiras, no Burundi.
Regressada ao Memorial Hospital for Cancer and Allied Diseases, destacou-se pela aturada investigação sobre a cura do Cancro, não só a nível cerebral, como em todas as outras partes do corpo.
A prestigiada médica dispensou algum do seu precioso tempo à revista eMedicine, para saciar a curiosidade dos nossos leitores.

eMedicine: Quando nasceu em si o desejo de seguir esta carreira profissional? Sempre o teve?
Drª Catarina: A Medicina, para mim, sempre foi a área que me interessou. Não sei se isso se deve ao facto de ter familiares médicos ou não, mas a verdade é que desde sempre me recordo de brincar aos médicos e de ver filmes e documentários sobre o tema. Estabeleci, então, desde cedo as minhas metas; o caminho que queria seguir. Lembro-me perfeitamente de estar no Secundário e de me esforçar bastante para atingir os meus objectivos, de passar as noites todas em casa a estudar, enquanto os meus amigos se iam divertir para as discotecas.
eMedicine: Não se sente orgulhosa? Acha que valeu a pena todo o esforço que fez durante o tempo de estudante?
Drª Catarina: Bem… eu ainda me considero estudante (risos). A meu ver, estamos sempre a aprender e, se quisermos crescer enquanto seres humanos, não podemos perder a vontade de aprender. Por mais livros que leia, nunca terei em minha posse todo o saber; ainda mais neste Departamento, no qual todos os dias há novas descobertas e investigações a decorrer. E quanto ao facto de me sentir orgulhosa de mim própria, na verdade, tenho muito brio nos meus feitos. Tudo valeu a pena. Aqui estou, intervenho numa das áreas mais prestigiadas, onde o conhecimento nunca é absoluto, e posso dar o meu melhor cada dia que passa. Não imagina como nos faz sentir bem salvarmos uma pessoa ou contribuirmos para que a qualidade de vida dessa pessoa seja consideravelmente melhor.
eMedicine: Já que referiu os seus “feitos”, em relação à sua investigação, como a conseguiu concluir?
Drª Catarina: Não conseguiria concluir a minha investigação sozinha. Tive a preciosa ajuda de uma equipa de investigadores que me ajudou a pôr em prática teorias que estavam apenas no papel. Mas também tenho de agradecer a todos os investigadores da minha área, que me deram informações e documentos credíveis para eu iniciar o meu trabalho.
eMedicine: Em que se baseou na sua investigação? Quais os resultados?
Drª Catarina: Já existiam tratamentos para o cancro, mas não totalmente eficazes. Por esta razão, continuavam a morrer pessoas em todo o mundo. Tentei, então, solucionar o problema. O tratamento que concebi consiste na cirurgia, quando a doença ainda não está muito disseminada, na quimioterapia e na radiação. Dado que estes dois tratamentos - a quimioterapia e a radiação -não actuam exclusivamente nas células cancerígenas, não são muito eficazes, pois acabam por provocar a destruição de outras células essenciais ao bom funcionamento do corpo. Tentei, por isso, criar um tipo de tratamento em que a radiação actuasse directamente nas células malignas e unicamente nestas, removendo-as por completo do organismo. Esta radiação é unidireccional e, como é feita através da cirurgia, não danifica quaisquer tecidos do organismo. Este tratamento é eficaz, mas não quando o cancro já se espalhou pelo corpo todo.
eMedicine: Então esse tratamento ainda não é totalmente eficaz para a cura de qualquer cancro?
Drª Catarina: Este não, mas o outro que eu e a minha equipa estamos a desenvolver, sim. Basicamente, consiste nuns comprimidos que, após a ingestão, serão atraídos pelas células cancerígenas. Estes irão ser absorvidos por essas células, mas provocam imediatamente a corrosão das células malignas, fazendo com que estas se removam do organismo. Este tratamento será eficaz, mesmo quando o cancro já se encontra numa fase muito avançada.
eMedicine: Bem, suponho que tenha muito que fazer, por isso não lhe gasto mais tempo. Muito obrigada pela sua disponibilidade e simpatia. Que tenha muito sucesso, e passe bem.
Drª Catarina: Ora essa, eu é que agradeço, foi um prazer falar consigo.

(eMedicine, Fevereiro de 2021)
Catarina Ribeiro (10.º A)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O prazer da leitura

O Prazer da Leitura é uma obra de grande valor literário que nos faz compreender o papel essencial que a leitura tem na nossa vida espiritual. Ao ler este livro, compreendemos que a leitura não é uma simples acção que temos de fazer. Pelo contrário, ler um livro é, sobretudo, apreciar o seu valor literário e tirar lições morais.

Ao ler a obra de Proust, é possível saber que, no futuro, quando recordar esta obra, irei ter a memória das sensações que senti quando estava a lê-la, e isso é algo maravilhoso. Só um grande escritor tem a capacidade de nos transmitir sensações através de um simples livro.

Na sua escrita, Proust faz muitos desvios. Muitas vezes, desvia-se do tema principal do texto para recordar momentos da sua infância, o que contribui para enriquecer a obra.

Na obra de Proust, existem várias comparações entre livros e humanos mas a leitura é sempre mais valorizada dos que as relações "humanas", porque, através de um livro, recebemos os pensamentos de grandes escritores.
Mónica Gaboleiro (10.º A)

Monárquicos e republicanos

Para realizarem o trabalho que vos pedi (o texto de opinião a propósito dos argumentos que surgem, hoje, no debate entre republicanos e monárquicos), podem visitar estas páginas:
Monarquia-República (debate)
Para os monárquicos (texto do blogue Corta-Fitas, com vários links)

(Se encontrarem outras páginas sobre o debate, deixem a sugestão na caixa de comentários.)

domingo, 11 de abril de 2010

Terceiro período

Iremos estudar:

Texto lírico - poetas do século XX (figuras de estilo, noções de versificação, conotação/denotação);
Texto narrativo - Contos de autores do século XX (categorias da narrativa).

No âmbito do funcionamento da língua, iremos rever as regras de pronominalização e os conceitos de campo semântico e campo lexical, e estudaremos alguns princípios reguladores da interacção discursiva.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A propósito de filmes...


Vi há pouco tempo um filme que considerei horrível (pode haver alguém que tenha gostado e a essas pessoas eu deixo a seguinte mensagem: por favor, vão o oftalmologista ou consultem um psicólogo... A escolha é vossa). O filme é o Eragon.
Os efeitos especiais estão bons, mas o filme não tem NADA em comparação com o livro, quer dizer, o livro prendia uma pessoa, fazia a pessoa dar asas à sua imaginação, fazia com que nos sentíssemos lá dentro, enquanto o filme nos faz pensar "será que estas pipocas chegam?". Mais, o filme desviava-se do livro, cortando partes, representando mal as personagens... É pena. O livro tinha tudo o que era preciso para fazer um grande épico, e o que é que eles fizeram? Uma aberração capaz de assustar um dragão...
Por isso, peço a todas (talvez poucas) as pessoas que lerem isto: por favor, queimem todas as cópias do filme, ou protejam as gerações mais novas desta abominação.

Obrigado pelo seu tempo. Agora já pode voltar a preocupar-se com a crise.
Night

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cinema (sugestão)

Boas férias!

LIBERDADE

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

Segundo teste (lírica camoniana)

(Sugestões de resposta)
Teste com o poema “De que me serve fugir”, de Luís de Camões.

Grupo I (Interpretação e Expressão Escrita)
A)
1. Medida velha.
1.1. O mote é o conjunto de versos que apresenta o tema que o poeta vai glosar (desenvolver) nas várias estrofes (voltas). Enquanto o mote resume a ideia do poema, as voltas desenvolvem essa ideia. No poema apresentado, o mote contém uma pergunta retórica, que tem implícita a ideia de que o sujeito poético não pode fugir do sofrimento; as voltas apresentam razões que justificam essa ideia.
2. A pergunta que encontramos no mote do poema pretende provar que não é possível fugir do sofrimento. O sujeito lírico («me») diz que ele próprio é a razão do seu sofrimento («se me eu levo comigo?»).
3. O sujeito lírico diz que não pode ‘ser contente’ porque nasceu, sugerindo assim que o sofrimento está inscrito na sua natureza («pois que pude ser nascido»). Ele acrescenta ainda que é o seu próprio perigo («que eu mesmo sou meu perigo»).
4. Nos quatro versos («E se de mi me livrasse / nenhum gosto me seria; / que, não sendo eu, não teria / mal que esse bem me tirasse»), o sujeito poético afirma que não vale a pena livrar-se de si mesmo (suicidar-se), porque, embora isso pudesse ser um bem (ele livrar-se-ia do seu tormento, isto é, de si mesmo), como ele já existia («não sendo eu»), não poderia gozar esse bem. Conclui-se, portanto, e de acordo com a ideia que percorre o poema, que, para o sujeito lírico, o ‘contentamento’ não é possível.
B)
A resposta deve incluir uma pequena definição de “petrarquismo” (ou do “feminino petrarquista”) e um comentário ao poema. Este comentário deverá referir os traços que são atribuídos à figura feminina (traços físicos e morais/espirituais, referidos através de imagens hiperbólicas).

Grupo II (Funcionamento da Língua)
1.
Guarda-chuva – composição morfossintáctica
Entristecer – derivação (afixação por parassíntese)
Amoral – derivação (afixação por prefixação)
Cibercafé – composição morfológica.
“O plano tem um contra” – derivação imprópria
2.
O sujeito poético entristece (oração principal)
porque a amada está longe (oração subordinada adverbial causal)
O sujeito poético entristece (oração principal)
por a amada estar longe (oração subordinada adverbial causal não finita infinitiva)
Quando a amada aparece, (oração subordinada adverbial temporal)
enfeitiça o sujeito poético. (oração principal)
Ao aparecer, (oração subordinada adverbial temporal não finita infinitiva)
a amada enfeitiça o sujeito poético. (oração principal)
A amada é uma Circe. (oração principal)
que o sujeito poético admira (oração subordinada adjectiva relativa explicativa)

3.
a) O poeta contou segredos à Natureza. (complemento indirecto)
b) Dante foi ao Inferno. (complemento oblíquo)
c) Dante foi ao Inferno com Virgílio. (modificador - grupo preposicional)
d) O poeta conta a sua dor com lágrimas. (modificador - grupo preposicional)
e) O poeta conta a sua dor. (complemento directo)

Grupo III (Expressão Escrita)
Produção de reflexão/dissertação.
Pergunta de resposta aberta. São tidos em conta os seguintes critérios: estruturação do texto com recurso a técnicas discursivas que têm em vista a formulação e a defesa de uma posição; propriedades da textualidade (continuidade, progressão, coesão e coerência).


Teste com o poema “Se me levam águas”, de Luís de Camões

Grupo I (Interpretação e Expressão Escrita)
A)
Grupo I
1. Medida velha.
1.1. O mote é o conjunto de versos que apresenta o tema que o poeta vai glosar (desenvolver) nas várias estrofes (voltas). Enquanto o mote resume a ideia do poema, as voltas desenvolvem essa ideia. No poema apresentado, o mote sugere que se falará nas voltas de “águas”: as águas que levam o sujeito lírico e as águas que o sujeito leva consigo (as lágrimas).
2. O sujeito lírico afirma que os seus olhos dirão ‘de si a verdade’ porque é através dos olhos que o sujeito lança as águas (lágrimas) que ‘mostram’ as mágoas da sua alma, as mágoas que são fruto da saudade.
3. O sujeito, nestes quatro versos, afirma que, apesar de todas as águas serem salgadas (as águas do mar e as águas dos olhos), as águas dos olhos, as águas que chora, lhe parecem doces. O poema permite que interpretemos a transformação do salgado em doce com base em duas ideias: as lágrimas parecem doces porque, ao chorar, o sujeito recorda a amada (são lágrimas de saudade), ou parecem doces porque, quando o sujeito lírico chora, as suas mágoas não doem.
4. No poema, encontramos uma metáfora que permite dar uma definição exacta do que são as lágrimas de saudade. As lágrimas são “águas doces” (última volta).
B)
Ver cenário de resposta da versão A

Grupo II (Funcionamento da Língua)
1.
Porta-voz – composição morfossintáctica
Enfraquecer – derivação (afixação por parassíntese)
Imoral – derivação (afixação por prefixação)
Agricultura – composição morfológica.
“O plano tem um contra” – derivação imprópria
2.
Dado que a amada está longe, (oração subordinada adverbial causal)
o sujeito poético entristece. (oração principal)
O sujeito poético entristece (oração principal)
por a amada estar longe. (oração subordinada adverbial causal não finita infinitiva)
Quando a amada aparece, (oração subordinada adverbial causal)
enfeitiça o sujeito poético. (oração principal)
Ao aparecer, (oração subordinada adverbial temporal não finita infinitiva)
a amada enfeitiça o sujeito poético. (oração principal)
A amada é uma Circe. (oração principal)
que o sujeito poético admira (oração subordinada adjectiva relativa explicativa)

3.
a) O poeta contou-lhe segredos. (complemento indirecto)
b) Dante regressou do Inferno. (complemento oblíquo)
c) Dante foi ao Inferno com Virgílio. (modificador - grupo preposicional)
d) O poeta conta a sua dor aos leitores. (complemento indirecto)
e) As lágrimas do poeta mostram a sua dor. (complemento directo)

Grupo III (Expressão Escrita)
Ver cenário de resposta da versão A

quinta-feira, 4 de março de 2010

Caetano Veloso, "Língua"



Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira! Fala!

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E – xeque-mate – explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
(– Será que ele está no Pão de Açúcar?
– Tá craude brô
– Você e tu
– Lhe amo
– Qué queu te faço, nego?
– Bote ligeiro!
– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
– Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
– I like to spend some time in Mozambique
– Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.

Correcção da ficha sobre a cantiga "Vida da minh'alma"

Questões 1, 1.1 e 2

1. Medida velha.
1.1.
O mote é o conjunto de versos que contém o tema que o poeta vai glosar (desenvolver) nas várias estrofes (voltas). Enquanto o mote resume a ideia do poema, as voltas desenvolvem essa ideia, ou justificam a afirmação que é feita no mote.
Na cantiga apresentada, o mote é o desabafo de um alguém que já não deseja viver porque não pode ver a sua amada. Nas voltas, o sujeito lírico vai repetir a ideia: «já que vos não vejo / para que é viver?».
2.
O mote estabelece, desde logo, uma relação entre a vida e a visão. A amada é a “vida” da alma do sujeito mas, porque não a pode ver, o sujeito interroga-se sobre o sentido do seu "viver".
Nas voltas, o sujeito vai afirmar que a visão da amada – a «Senhora» – era um bem, e que a sua vida dependia desse bem. Ora, no presente («vivo»), o sujeito lírico vive sem ter razão para viver porque já não vê a amada, daí a interrogação retórica: «Já que vos não vejo / para que é viver?». O sujeito vive sem razão; o Amor e a razão são inimigos, diz (segunda volta).
O sujeito lírico apresenta nos últimos versos uma aparente contradição (em que ninguém “cuidaria”; "cuidar" significa "pensar"): mesmo que a Senhora seja a vida do "eu" lírico («sendo-me vós vida»), ele já não pode viver.

Segundo teste

Lírica camoniana (poemas na medida nova e na medida velha; petrarquismo; figuras de estilo e valor expressivo);
Funcionamento da língua: formação de palavras, orações subordinadas adverbiais (finitas e não finitas) e adjectivas (relativas), complementos e modificadores (só do grupo verbal).

Ficha Formativa sobre Funcionamento da Língua (correcção)

1. (pela ordem das frases)
em Lisboa - modificador
a Lisboa - complemento oblíquo
de Lisboa - complemento oblíquo
para Lisboa - complemento oblíquo
nunca - modificador
bem - modificador
em biologia molecular - complemento oblíquo
bem - complemento oblíquo
devagar - modificador
rapidamente - modificador
a um amigo - complemento indirecto
a Faro - complemento oblíquo
ao cargo - complemento oblíquo
ali - complemento oblíquo
1.1. Complementos são elementos seleccionados pelo verbo; modificadores não são seleccionados pelo verbo.
2.1. Os elementos sublinhados são modificadores de frase.
3.1.
que ladra - modificador restritivo (nota: orações relativas restritivas são sempre modificadores)
misteriosas - modificador restritivo (nota: os adjectivos, surgindo normalmente à direita do nome, restringem a realidade que referem, mas não são seleccionados pelo nome; por isso, são modificadores).
de janela - complemento
de qualidade - modificador restritivo
contra o árbitro - complemento (nota: especifica qual foi a reacção)
4. (pela ordem das frases)
Os pais vêm à festa (oração coordenada) / mas os filhos ficam com os amigos (oração coordenada adversativa).
A Joana está triste (oração coordenada) / pois teve uma má nota (oração coordenada explicativa).
Quando o Rui chegou (oração subordinada adverbial temporal), / fui-me embora (oração principal) / porque já era tarde (oração subordinada adverbial causal).
Estás muito contente (oração coordenada), / logo deves ter tido uma grande nota! (oração coordenada conclusiva)
O aluno é de ciências (oração principal). / que eu conheço (oração subordinada adjectiva relativa restritiva)
É verdade (oração principal) /que és mesmo parvo! (oração subordinada substantiva completiva)
As pessoas (oração principal) / desejam que a situação se resolva. (oração subordinada substantiva completiva)
Parece-me (oração principal) que ele anda triste (oração subordinada substantiva completiva).
Espanta-me (oração principal) que tivesses faltado à reunião (oração subordinada substantiva completiva).
O professor não disse nada, (oração principal) /embora eles tivessem chegado atrasados. (oração subordinada adverbial concessiva)
O professor não disse nada, (oração principal) / apesar de eles terem chegado atrasados. (oração subordinada adverbial concessiva não finita infinitiva) (nota: "terem chegado" é o infinitivo pessoal composto)
Se fizeres tudo bem, (oração subordinada adverbial condicional) / terás um bom resultado. (oração principal)
Fazendo tudo bem, (oração subordinada adverbial condicional não finita gerundiva) / terás um bom resultado. (oração principal)
Como já não precisas de ajuda, (oração subordinada adverbial causal) / vou-me embora (oração principal).
Por já não precisares de ajuda, (oração subordinada adverbial causal não finita infinitiva) / vou-me embora. (oração principal)
O João disse (oração principal) / não ter medo de nada. (oração subordinada substativa completiva não finita infinitiva)
O João é mais astuto (oração principal) / que o Fábio. (oração subordinada adverbial comparativa). (nota: as orações comparativas não podem ser não finitas)
Foste de tal modo convincente (oração principal) / que toda a gente acreditou em ti. (oração subordinada adverbial consecutiva)
Foste de tal modo convincente (oração principal) / a ponto de toda a gente ter acreditado em ti. (oração subordinada adverbial consecutiva não finita infinitiva)
Para que tenhas sucesso, (oração subordinada adverbial final)/ é bom que estudes (oração principal)
Para teres sucesso, (oração subordinada adverbial final não finita infinitiva) é bom que estudes (oração principal)
Nota: são orações subordinadas não finitas todas as que têm o verbo no infinitivo (pessoal e impessoal), no gerúndio e no particípio passado.
5.
Nesta escola, conta-se com o apoio de todos para o Dia da Primavera.
Se eu contasse tudo o que me aconteceu, vocês não iriam acreditar.
Anda-se muito bem neste carro; é muito confortável.
Se o João andasse mais vezes de mota, não teria tantos acidentes.
6. (podem consultar a ficha sobre formação de palavras que vos dei; está no conjunto de materiais sobre os textos de carácter autobiográfico)
perfeitamente - afixação (sufixação)
quebra-nozes - composição morfossintátcica
porta-vozes - composição morfossintáctica
amoral - afixação (prefixação)
extraordinário - composição morfológica
nada - derivação imprópria
corte - derivação não afixal
amanhece - parassíntese
dedão - afixação (sufixação)
debate - parassíntese
imperfeita - afixação (prefixação)
caixinha - afixação (sufixação)
pesca - derivação não afixal
fora-da-lei - composição morfossintáctica
cibercafé - composição morfológica
televisão - composição morfológica
bibliografia - composição morfológica
7.
...explicou-lhe tudo...
... não as lavou...
... disse que as tinha lavado...
Trá-lo
Fá-lo-ei
Fá-lo-ia
Dar-lhe-ei
Comemo-lo
Vimo-lo

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"Dantesco"


Referindo-se aos estragos que o mau tempo causou este fim-de-semana na Ilha da Madeira, o Presidente da Câmara Municipal do Funchal falou de um "cenário dantesco".
Dantesco - adjectivo -
1. relativo ao poeta italiano Dante (1265-1321) ou à sua obra.
2. que lembra a grandeza e o horror das descrições de Dante.
(Do it. dantesco, «id.»)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Lírica camoniana

Encontram nesta página os sonetos de Luís de Camões; no fim da página, podem ler também alguns apontamentos sobre cada um dos poemas.

"ter a ideia que" ou "ter a ideia de que"?

O nome "ideia" selecciona um complemento introduzido por uma preposição: de.
Assim, é correcto dizermos: "tenho a ideia disso", "é boa a ideia de que falámos", "neste poema, existe a ideia de que".

"aparte" ou "à parte"?

"À parte" é uma locução adverbial e significa «em separado». "Aparte" é um nome, com os seguintes sentidos: «comentário que interrompe um discurso», «esclarecimento», «confidência que um a(c)tor diz em cena para si ou para o público».
Assim, é correcto dizermos que "o diário é como um mundo à parte".

Música

Cinema (sugestão)

Estudo da lírica camoniana (algumas noções)

Platonismo
Sistema filosófico centrado no pensamento de Platão, filósofo grego que viveu entre os séculos V e IV a. C.. Segundo a doutrina platónica, existem dois mundos: o mundo sensível, o único espaço que os sentidos humanos conhecem, o mundo das sensações corporais e dos fenómenos da natureza; o mundo inteligível (ou o mundo das Ideias), onde se localiza a verdade em toda a sua perfeição, o Belo absoluto. As realidades sensíveis serão sempre defeituosas e efémeras, sendo a alma incomparavelmente superior a toda a realidade material.

Neoplatonismo
O neoplatonismo surge no século III com Plotino, filósofo que apresenta um conjunto de ideias idênticas às de Platão, ao destacar a desvalorização do aspecto sensível em relação ao inteligível. O neoplatonismo tem um lugar de destaque no conjunto da sua lírica camoniana, onde encontramos duas ideias essenciais: a espiritualização dos seres, a visão da beleza feminina como um reflexo da beleza divina, através da qual o poeta ascende a Deus.

Classicismo e Humanismo
O termo “classicismo” designa o movimento cultural e literário orientado para uma imitação dos grandes autores da Antiguidade, iniciada em Itália no século XV. Ao lado do Humanismo, como sentido, o Classicismo, como forma, tinha na base a imitação quase linear dos antigos.

Petrarquismo
Designação do conjunto de características próprias da obra do poeta italiano Petrarca. Laura, o ser feminino petrarquista, representa a beleza que a futura poesia europeia tomará como estereótipo. Além de descrever os seus atributos físicos, o poeta destaca o lado espiritual, atribuindo ao ser feminino uma serenidade clássica (um doce riso, um gesto brando e sossegado) que lhe enriquece o papel de intermediária entre o homem e Deus.
(fonte: CD-ROM Lírica Camoniana)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"O que é um verbo impessoal?"

Um verbo impessoal é um verbo que não tem nenhuma pessoa gramatical; i.e., não tem sujeito.
Por exemplo, o verbo "fazer", numa frase como "faz muito calor hoje", é impessoal; "muito calor" é o complemento directo.
No manual, o exemplo que encontram é "Anoitece". Com efeito, se pensarmos bem, ninguém/nenhuma coisa "anoitece", ou seja, não podemos dizer isso acerca de nenhuma pessoa gramatical.
O mesmo para o verbo "haver", quando significa "existir". Emprega-se como impessoal, sem sujeito. Assim, na frase "Há água em todo o lado", o sujeito é nulo expletivo e o objecto directo é a coisa existente ("água").

Correcção dos exercícios

Formar frases
Sujeito nulo subentendido + predicado com verbo copulativo e predicativo do sujeito -
"Somos muito felizes"
Sujeito composto + predicado com verbo transitivo directo e complemento directo -
"Eu e o Pedro vimos um filme".
Sujeito nulo expletivo + predicado com verbo impessoal -
"Anoitece".
Sujeito simples + predicado com verbo transitivo indirecto + complemento oblíquo (preposicional) -
"Eu irei a Inglaterra".

I. Pergunta sobre actos ilocutórios

(por ordem) Directivo ou assertivo; assertivo; declarativo; compromissivo; directivo directo; declarativo; directivo indirecto; compromissivo; expressivo.

II. Dividir e classificar orações
"O texto é de Miguel Torga" - oração subordinante ou principal.
"que lemos" - oração subordinada adjectiva relativa restritiva.

"O Rui anda a dar explicação aos colegas" - oração subordinante ou principal.
"que é muito bom aluno" - oração subordinada adjectiva relativa explicativa.

"Não só escrevia" - oração coordenada.
"como também realizava filmes" - oração coordenada copulativa.

"É certo" - oração subordinante ou principal.
"que só tens esta hipótese" - oração subordinada substantiva completiva.

"A entrevista mostra" - oração subordinante ou principal.
"que ela é uma pessoa determinada" - oração subordinada substantiva completiva.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Palavras da nossa língua

panegírico
(panegyricus, -i, elogio)
s. m.
1. Discurso em louvor de alguém.
2. Sermão laudatório.
3. Elogio exagerado. = louvor
adj.
4. Que enaltece, elogia. = laudatório, encomiástico

Mais exercícios

I. Indica os actos ilocutórios que correspondem aos enunciados que se seguem:
Sugiro que aceites a minha proposta. ______________________________________________
Considero que tens razão. _____________________________________________
Está aberta a sessão. _____________________________________________________
Juro que isto não ficará assim! ____________________________________________________
Exijo que me entreguem o trabalho.
________________________________________________
Vamos dar início à aula. _______________________________________________________
Importa-se de fechar a janela?____________________________________________________
Daqui a uma semana entrego os testes. ____________________________________________
Que dia maravilhoso! ______________________________________________________

II. Divida e classifique as orações que se seguem:
O texto que lemos é de Miguel Torga.
__________________________________________________________________________________
O Rui, que é muito bom aluno, anda a dar explicação aos colegas.
__________________________________________________________________________________
Não só escrevia como também realizava filmes.
__________________________________________________________________________________
É certo que só tens esta hipótese.
__________________________________________________________________________________
A entrevista mostra que ela é uma pessoa determinada.
__________________________________________________________________________________

III. Questionário sobre textos autobiográficos
Está aqui.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Exercícios

Duas coisas:

1) Podem encontrar nesta página uma explicação sobre os actos ilocutórios.

2) Como sabem, irá sair um grupo em que têm de formar frases com os constituintes sintácticos que são indicados. Ficam aqui alguns exercícios:
Sujeito nulo subentendido + predicado com verbo copulativo e predicativo do sujeito
Sujeito composto + predicado com verbo transitivo directo e complemento directo
Sujeito nulo expletivo + predicado com verbo impessoal
Sujeito simples + predicado com verbo transitivo indirecto + complemento oblíquo (preposicional)

Diário (exemplos)

Algumas páginas do diário de José Régio.




José Régio, Páginas do Diário Íntimo. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2.ª edição, 2004.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

1.º teste (2.º período)

- Textos de carácter autobiográfico (auto-retrato, diário, carta);
- Actos ilocutórios;
- Deícticos;
- Funções sintácticas (tipos de sujeito; verbos e complementos);
- Orações coordenadas e subordinadas (só as subordinadas completivas e relativas).

Música

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Palavras da nossa língua

locupletar
(latim locupleto, -are, enriquecer)
v. tr. e pron.
1. Tornar ou tornar-se rico. = enriquecer ≠ empobrecer
2. Tornar ou ficar completamente cheio. = encher ≠ esvaziar

Os "meninos" escusam de vir com desculpas, porque isto é mesmo só para se rirem um bocado

É um texto do João Lisboa, crítico de música do jornal Expresso:

Vem aí uma geração de rapazes frustrados (artigo do "Público" de hoje, de Clara Viana)
Constatação de factos: "As raparigas têm hoje melhores notas e vão mais longe; os rapazes desistem, muitos deles logo no fim da escolaridade obrigatória. Nos 27 países da União Europeia, só a Alemanha mantém, no ensino superior, valores equilibrados de participação dos dois sexos".
Causas: "As raparigas são socializadas na família em moldes que facilitam a adaptação às exigências escolares: mais responsabilidade, mais autonomia, mais trabalho" enquanto "os estereótipos sociais ainda dominantes valorizam nos rapazes o desafio, a violência e o uso da força, um verdadeiro arsenal antiescolar", segundo Christian Baudelot (sociólogo especialista em assuntos de educação); por outro lado, para "os professores, na sua esmagadora maioria, mulheres, o modo como as raparigas se comportam e trabalham é 'mais conforme com as suas representações do bom aluno ou aluno ideal' - o que poderá conduzir a uma 'sobreavaliação' das alunas e a uma 'discriminação' dos alunos" (opinião de Alice Mendonça, professora na Universidade da Madeira); "como o comportamento afecta de modo significativo o aproveitamento, a pouca conformidade às regras escolares estará na base dos piores resultados dos rapazes" (Teresa Seabra, socióloga do ISCTE); ou seja, tudo isto acontece "avisam os investigadores, por [os rapazes] estarem a ser avaliados num sistema que valoriza as características próprias das raparigas e penaliza as dos rapazes".
Soluções: "Em Portugal, há alguns anos, houve quem chegasse a propor a introdução de quotas para homens nas faculdades de Medicina. Em países onde o debate está lançado, há quem defenda o regresso às escolas separadas" ou "aulas separadas para as disciplinas onde as diferenças são maiores"; "no Reino Unido, as escolas do pré-escolar receberam instruções do Governo para, a partir, deste mês, reforçarem os exercícios de escrita com 'materiais engraçados', junto dos rapazes de 3/4 anos".
CONCLUSÃO: as raparigas porque são mais responsáveis, mais autónomas, trabalham mais e têm menos problemas de comportamento criaram um quadro de valores lá muito delas (mas que os sacanas dos profes - pior ainda, as profes! -, vá-se lá entender porquê, preferem) e que, de forma totalitária, discrimina e oprime os pobres moços, recusando-se, injusta e cruelmente, a reconhecer aqueles que lhes são próprios e saudáveis, como andar à porrada, jogar à bola e andar à porrada, sem ligar peva a essas mariquices de livros e o raio. Logo, há que proteger as infelizes criaturinhas XY, rasgando-lhes os horizontes para um futuro radioso de débeis mentais que, desse modo, lhes ficará irremediavelmente assegurado.
Intrigante é que, quando os números eram ao contrário, o problema parecia não existir.
(aqui)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Um texto sobre crónicas e diários

Se quiserem ler um texto de Abel Barros Baptista sobre a crónica e o diário (aquilo a que o autor chama "literatura do sujeito"), está aqui.

Cinema (sugestões)


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Textos que estão na reprografia (4)

“Retrato Próprio”, de Bocage

1. Com base no poema, defina “auto-retrato”.

2. Identifique no poema as características que o sujeito poético atribui a si próprio (físicas, psicológicas, afectivas e ideológicas).

3. Transcreva versos que exprimam:
- um temperamento impetuoso;
- a incapacidade de se fixar;
- a inconstância no amor;
- o anticlericalismo.

4. Identifique uma figura de estilo no verso «Nariz alto no meio, e não pequeno.».

5. O poema que leu tem duas quadras e dois tercetos. Indique o nome desta composição poética.

6. Classifique morfologicamente as palavras: «em», «por» e «de» (segunda estrofe) e «luz» (última estrofe).

Carta a Ofélia Queirós

Todas as cartas de amor são ridículas.
Álvaro de Campos
1. Pensa que o texto pode ser considerado um texto de carácter autobiográfico? Justifique a sua resposta.

2. Descreva o estado de espírito do remetente.

3. Explique as razões que levam o remetente a escrever: «entendo da mesma maneira, mas dói-me mais» (linhas 4/5).

4. Relacione o terceiro parágrafo da carta com o poema de Álvaro de Campos (p. 81 do manual).

5. Explique o sentido das duas interrogações do quarto parágrafo da carta, explicitando os argumentos que surgem nesse parágrafo.

Textos que estão na reprografia (3)



Exercícios sobre actos ilocutórios (retirado de Testes - Português 10.º. Edições Asa, 2009)

Textos que estão na reprografia (2)

Processos morfológicos de formação de palavras
(de acordo com o Dicionário Terminológico, que veio substituir a TLEBS)

Na língua que falamos, existem palavras simples e complexas.
--> Uma palavra simples é composta por um único radical. Exemplos: “casa”, “casas”.
--> Uma palavra complexa é uma palavra derivada por composição ou derivação.

Há dois processos de composição:
Composição morfológica (corresponde ao processo de composição por aglutinação): quando temos um radical associado a outro radical ou a uma ou mais palavras. Exemplo: “agricultura”, “luso-descendente”, “psicólogo”.
Composição morfossintáctica (corresponde ao processo de composição por justaposição): quando se associam duas ou mais palavras. Exemplos: “surdo-mudo”, “guarda-chuva”, “peixe-espada”.

Temos também dois processos de derivação:
--> Afixação (quando juntamos algum elemento a uma forma de base)
Por sufixação: junta-se um sufixo à forma de base.
Exemplo: escuro à escuri[dão]
Por prefixação: junta-se um prefixo à forma de base.
Exemplo: rugas à [anti-]rugas
Por parassíntese: junta-se, simultaneamente, um prefixo e um sufixo a uma forma de base.
Exemplo: a[padrinh]ar, a[podre]cer, en[gord]ar.

--> Conversão (quando não adicionamos nenhum elemento – sufixo ou prefixo – à palavra)
Por derivação imprópria:
Quando a palavra muda de classe. Exemplo: “vou olhar com atenção” (olhar = verbo); “o olhar diz tudo” (olhar = nome).
Por derivação regressiva (ou derivação não-afixal):
Quando formamos um nome a partir de uma forma verbal. Exemplo: trocar --> A “troca”; abraçar --> um “abraço”; socorrer --> o “socorro”.

Processos irregulares de formação de palavras
Empréstimo – processo de transferência de uma palavra de uma língua para outra. Exemplo: placard (palavra francesa).
Amálgama – palavra que resulta da junção do início de uma palavra com a parte final de outra. Exemplo: cibernauta (palavra que resultou no cruzamento de cibernética + astronauta).
Sigla - Palavra formada através da redução de um grupo de palavras às suas iniciais. Exemplo: PCP (Partido Comunista Português).
Acronímia – Palavra formada através da junção de letras ou sílabas iniciais de um grupo de palavras, que se pronuncia como uma palavra só. Exemplo: LATI (Liga dos Amigos da Terceira Idade)
Onomatopeia - Palavra criada por imitação de um som natural. Exemplo: Toc-toc (bater na porta)
Truncação - Processo de formação de palavras que consiste na criação de uma palavra a partir do apagamento de parte da palavra de que deriva. Exemplo: Metro (de metropolitano).

(Atenção: não consegui colocar aqui a lista com os prefixos e sufixos de origem grega e latina; a lista está na reprografia)

Textos que estão na reprografia (1)

Um documento com a síntese das características de textos de carácter autobiográfico (está aqui).

Textos de Carácter Autobiográfico
Biografia / Autobiografia

O texto biográfico é um texto relativo à biografia, ou seja, «descrição da vida de alguém» ou «obra que retrata a vida de alguém». Assim, o texto biográfico descreve (retrata) a vida de alguém. Por sua vez, o texto autobiográfico é um texto relativo à autobiografia, sendo esta a «vida de um indivíduo escrita por ele próprio». Assim, se ambos os textos são biografias, no autobiográfico o autor escreve sobre a sua própria vida, enquanto no biográfico descreve a vida de outra pessoa, regra geral de valor acima da média, em qualquer actividade.
A autobiografia implica uma percepção consciente da pessoa singular que há em cada ser humano. Tanto representa a expressão do "Eu" como autoridade individual, capaz de se defender ou exaltar, como assenta numa autoconsciência individual apta a explorar a face privada da sua vida. Por vezes, usando o individualismo como ideologia, limita-se a traduzir a face pública do "Eu" sujeito e orienta-se para o enaltecimento e apologia de uma causa ou de uma carreira.
A escrita autobiográfica requer alguma impessoalidade e distanciação do autor em relação a si mesmo, o que exige conhecer-se e perceber o que diferencia a sua identidade singular da identidade dos outros. Ao mesmo tempo, envolve tensões entre a vida particular e a vida ou actuação pública. Essa tensão pode resultar, também, de em vez de o "Eu" se manifestar como expressão de uma unidade singular necessitar de uma inflexão, explorando a experiência de uma identidade compartilhada.
A autobiografia é, forçosamente, ficcional ao pressupor a autoconsciência e ao envolver todas as tensões entre a face privada e a público, a identidade singular diferenciada dos demais, a individualidade e a possível partilha.
Síntese:
--> A Biografia é um texto que, sendo narrado na 3.ª pessoa, tende a ser mais objectivo. Numa biografia, a ordem cronológica dos acontecimentos é respeitada.

--> A Autobiografia é um texto de tom predominantemente subjectivo e no qual encontramos muitas coordenadas de enunciação. O tom subjectivo do texto releva da existência de vários recursos expressivos. Para além dos recursos expressivos, encontramos numa autobiografia determinadas marcas linguísticas:
- predomínio da narração na 1.ª pessoa;
- deícticos;
- verbos epistémicos (achar, pensar, reconhecer, acreditar…), verbos avaliativos (gostar, lamentar, adorar, suportar…), verbos perceptivos (vi, senti, ouvi, toquei), verbos de rememoração (recordar-se, lembrar-se…);
- conectores que asseguram uma lógica temporal.

Glossário – Textos de Carácter Autobiográfico
Autobiografia
Narração sobre a vida de um indivíduo, escrita pelo próprio, sob forma documental ou ficcional. Etimologia: do grego autós (significa “o próprio”, “o mesmo”) + bíos (“vida”), + gráphein (“escrever”).
Auto-retrato
É um retrato que um indivíduo faz de si mesmo (sob forma de desenho, pintura, gravura ou descrição escrita ou oral). Muito usado na pintura, na literatura ou na escultura, o auto-retrato nem sempre representa a imagem real da pessoa, mas sim como o artista se vê. Pense-se, por exemplo, no mestre da pintura holandesa Rembrandt (1606-1669), cujos auto-retratos dão a conhecer o percurso da sua vida. Etimologia: autós (“o próprio”, “o mesmo”) + retrato (it. ritratto).

O diário e as memórias, sendo exemplos de escrita autobiográfica, têm marcas linguísticas de um texto autobiográfico.

Diário
Um diário é um escrito onde se registam os acontecimentos de cada dia. Enquanto género literário, o diário é um texto em que o autor relata cronologicamente factos e acontecimentos do seu dia-a-dia, acrescentando a esse relato as suas opiniões, meditações ou digressões filosóficas.
Etimologia: lat. diarium, ii.
Memórias (género memorialístico)
No género memorialístico, o autor reflecte sobre acontecimentos passados. As memórias têm um cunho pessoal e intimista, mas distinguem-se do diário pelo facto de serem escritas muito depois dos acontecimentos que o autor presenciou ou nos quais interveio.
Etimologia: lat. memoria, ae.
 
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