segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Discurso do primeiro-ministro

Vamos lá «maniatar a oposição»! Um sketch sobre sinónimos.

Maniatar - v. tr. 1. Atar as mãos de. 2. Tolher os movimentos a. 3. Fig. Constranger, tirar a liberdade a.

domingo, 29 de novembro de 2009

Literatura e cinema

Manoel de Oliveira fez um filme a partir do conto "Singularidades de uma Rapariga Loura", de Eça de Queirós (o conto foi apresentado por uma aluna no âmbito do contrato de leitura). Aqui ficam algumas imagens do filme:

Poesia

poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny (Pena Capital I)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dos livros ao cinema

Hoje, a propósito de um livro, falou-se de um filme chamado Fight Club. Não sei se conhecem este filme (tem uma cena final espantosa, a lembrar um jogo de computador). Fica aqui (e a música é um clássico dos Pixies).

Segundo teste

Para além dos conteúdos que coloquei no post anterior, estudem os deícticos e as regras para o uso da vírgula. Relembro que podem colocar questões aqui, no blogue (deixem na caixa de comentários).

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Segundo teste (gramática)

Síntese de conteúdos
1. Sintaxe do verbo “haver"
O verbo “haver” é um verbo impessoal (tendo sujeito nulo expletivo) quando tem o sentido de "existir" e, por isso, usa-se apenas na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Havia muitos problemas; se dúvidas houvesse; haverá muitas estrelas; houve muitas intervenções.
Quando o verbo “haver” se usa com algum auxiliar, é o verbo auxiliar que assume a impessoalidade gramatical. Por isso, também fica no singular.
Exemplos:
Deve haver outros locais. (* Devem haver outros locais)
Vai haver muitas reclamações. (* Vão haver muitas reclamações)

2. Funções sintácticas (sujeito e complementos do verbo)
O cronista escreveu um livro.
O cronista – sujeito simples; um livro – complemento directo.
(teste: para sabermos se é complemento directo, podemos substituir a expressão pelo pronome a/o, ficando “o cronista escreveu-o”.)

A Susana é uma galerista.
Nome predicativo do sujeito (ocorre com verbos copulativos como: ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar…)

António Lobo Antunes e José Saramago têm uma escrita difícil.
A.L.A. e J.S. – sujeito composto; uma escrita difícil – complemento directo.

A editora contou ao escritor os boatos.
Ao escritor – complemento indirecto (teste: para sabermos se é complemento indirecto, podemos substituir a expressão pelo pronome “lhe”/”lhes”, ficando “a editora contou-lhe os boatos”); os boatos – complemento directo.

O cronista esperou pela inspiração.
Pela inspiração – complemento preposicional (ou complemento oblíquo; esta designação é nova, mas não têm de usá-la neste teste). (nota: o complemento preposicional, ou complemento oblíquo, distingue-se do complemento indirecto porque não pode ser substituído pelo pronome “lhe”. Exemplo: *O cronista esperou-lhe).

O crítico interpretou bem.
Bem – complemento adverbial (complemento oblíquo).

O João portou-se mal.
Mal – complemento adverbial (complemento oblíquo).

O Rui foi levado pelo pai; As casas foram assaltadas por um bando; A crónica foi escrita por Pedro Mexia.
Os elementos em itálico são o complemento agente da passiva das frases.

3. Orações subordinadas adjectivas relativas restritivas e explicativas
Perceber a diferença (de sentido e ao nível da pontuação) entre “O João, que é um grande mentiroso, contou tudo à Sara” e “O homem que eu vi é escritor”. A primeira é uma oração relativa explicativa (ou seja, explica a afirmação que temos na oração subordinante); a segunda é uma oração relativa restritiva, restringindo apenas a referência de “o homem”.

4. Vocativo
Saber identificar a função sintáctica do vocativo e saber como aparece na escrita.
Sara, anda cá.
(O vocativo aparece entre vírgulas)

sábado, 21 de novembro de 2009

Tlebs (nova terminologica linguística) ou dicionário terminológico

Como já sabem, a terminologia linguística mudou. Já não existem, por exemplo, os complementos circunstanciais.
Se quiserem consultar o documento que tem todas as alterações, podem ir até aqui. O site fica ali nos "locais a visitar" com o nome "A Nova Gramática".

"A Turma"

Sobre o filme A Turma (realizado por Laurent Cantet)

Imenso. Sobre o imperfeito do conjuntivo, a questão do auto-retrato, o futebol, a ideia da vergonha, a definição da insolência, a diferença entre a oralidade e a escrita ou a escolha de um nome escrito no quadro. Os diálogos são brilhantes, os alunos de uma vivacidade encorajadora e o professor domina a língua com uma ironia mordaz e uma certeza que às vezes o faz derrapar. Retrato de uma humanidade plural e imperfeita, estado dos lugares de uma democracia a tratar com cuidado, A Turma é um filme conseguido, denso, que questiona o mundo.

Texto da Revista Premiére

Um miúdo marroquino chama "macaco" a outro do Mali. Uma rapariga tunisina recusa-se a ler um trecho de um livro porque não lhe apetece. Um filho de portugueses aparece com uma camisola da selecção de futebol e o cabelo espigado à Ronaldo. Estas são algumas das situações que o professor de A Turma, de Laurent Cantet, tem que enfrentar todos os dias na aula de Francês que lecciona num liceu algures em Paris; mas não é por isso que o filme, terceiro e melhor do trio que a França apresenta na Selecção Oficial do Festival de Cannes, se resigna aos clichés sensacionais do subgénero "filme de escola problemática".
Cantet disse numa entrevista que "toda a gente produz discursos ideológicos sobre a escola, mas muito poucos a conhecem e vão ver como funciona". Por isso, pegou na ideia que tinha de fazer um filme de ficção sobre a vida num liceu "difícil" e propôs ao jornalista, escritor e professor Francois Bégaudeau a adaptação ao cinema do seu livro Entre les Murs, baseado nas suas experiências de ensino. Mais: além de ter convidado Bégaudeau a co-escrever o argumento com ele e com Robin Campillo, Cantet propôs-lhe ainda que interpretasse o papel principal, o de um professor chamado... François. Para transferir para a tela a autenticidade do livro, o realizador e o autor decidiram que os alunos seriam interpretados não por actores jovens recrutados em castings, mas pelos alunos de um liceu de Paris, que fizeram workshops dramáticos e foram encorajados a improvisar durante a rodagem, mantendo os seus nomes na fita, tal como os professores. O resultado é esta crónica de um ano lectivo numa sala de aula que é um microcosmo de milhares de outras em escolas "duras", não apenas em França mas também em qualquer país da Europa onde os filhos dos imigrantes africanos, asiáticos e também europeus vieram engrossar as fileiras escolares dos naturais. Onde dar aulas requer a um professor já não apenas a normal preparação pedagógica, como ainda paciência de santo, muita capacidade de encaixe e uma autoridade feita de parte de firmeza, parte de diplomacia, e o dia- a-dia é gasto a dar matéria e a tentar explicar aos alunos as regras básicas do respeito, da boa educação, do convívio social e do comportamento em público -especialmente numa sala de aula. Colado ao máximo à realidade, Laurent Cantet descreve o confronto diário intenso, exigente e ingrato entre um adulto e um grupo de adolescentes em que se transformou o ensino em muitas das escolas das sociedades contemporâneas, sem desabar ou no discurso catastrofista do apocalipse escolar, nem nas piedades ingénuas das pedagogias redentoras, sem crucificar ou endeusar os professores ou transformar os alunos em estereótipos ou carne para canhão do politicamente correcto. E sem esconder que ensinar pode por vezes parecer uma missão quase impossível, face a quem não quer, não consegue ou resiste, com insolência e hostilidade, a ser ensinado. Entre les Murs é um filme sobre cenas da luta na classe.
Eurico de Barros, Diário de Notícias

(Podem saber mais coisas sobre o filme clicando aqui.)

Contrato de leitura


Penso que já falámos deste livro em aula. Obra fundamental da literatura universal, foi escrito por Franz Kafka (1883-1924) e começa assim:

Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Primeiro teste

Teste com a crónica "Santa Maria", de Pedro Mexia (turmas A e G)

Grupo I (97,5 pontos)
1. Indicar duas características da crónica jornalística (foco narrativo na primeira pessoa; elaboração subjectiva/interpretação de uma notícia, acontecimento ou situação do quotidiano; semelhanças com a crónica literária; tom coloquial, etc.) e justificar com passagens do texto que provem a existência das duas características apresentadas. Exemplo: para a característica «interpretação subjectiva de um facto ou acontecimento», poderíamos escolher a passagem que começa assim «Eu penso nele mais como uma grande baleia […]» (linha 3).
2. O facto ou motivo inspirador da crónica foi a reportagem de Ricardo Fonseca na Visão. Ao ler a reportagem, o cronista lembrou-se da «temporada no inferno» que passou no Hospital de Santa Maria
3. A) f; B) f; C) f/v (as duas são possíveis porque o texto é ambíguo a esse respeito; numa passagem, o cronista diz que nunca mais regressou ao hospital desde os tempos da faculdade, embora tenha usado a expressão «uma vez», o que pode levar a crer que esteve em Santa Maria mais do que uma vez); D/f; E/v; F/v.
4. O cronista pretende dizer que o hospital, apesar de poder ser visto como uma metáfora, como o símbolo de alguma coisa (pelo seu aspecto degradado e com «traseiras quase soviéticas»), era uma realidade bastante concreta devido às vidas que por ele passavam.
5. «O Hospital de Santa Maria […]. Penso nele […]» (linhas 1 a 3).
"Hospital de Santa Maria" – antecedente.
"Nele" – termo anafórico.
Grupo II (72,5 pontos)
1.1. A), B), C), D)
1.2.
A) A segunda vírgula está a separar o sujeito («as coisas que o Rui tem andado a fazer») e o predicado («deveriam ser castigadas»).
B) A oração subordinada explicativa («que é um grande mentiroso») deve estar entre vírgulas.
C) «Sara» é o vocativo e deve estar entre vírgulas.
D) A oração subordinada concessiva («embora com alguma tristeza») deve estar entre vírgulas.
2. I. B / II. D / III. D. ou C. (admito as duas; houve uma discussão em aula sobre essa questão) / IV. C. / V. C.
3.1. O João sentou-se para (5) a cadeira e esperou que o pai chegassem (7). O pai tinha ido de (5.) Lisboa e tinha comprado __ (2). Por isso, o João estava muito ansioso ___ (1) não queria desapontá-lo. Já há muito tempo que o João esperavam (7) por isso: ele sempre foi um rapaz curiosa (3). E este ano, para cumprir a promessa, o pai ia também levá-lo o (5) jardim zoológico.
4.1.
Dêixis pessoal (deícticos pessoais): Estou (eu); distinguimo-la; nossos; sou; meu; minha; busco (eu).
Dêixis temporal (deíctico temporal): Estou.
Dêixis espacial (deícticos espaciais): Aqui, venha.
4.2.
À (preposição contraída: preposição “a” com determinante artigo definido “a”)
De (preposição simples)
Na (preposição contraída: preposição “em” com determinante artigo definido “a”)
Ao (preposição contraída: preposição “a” com determinante artigo defino “o”)
No (preposição contraída: preposição “em” com determinante artigo definido “o”)
Grupo III (30 pontos)
Expressão escrita - comentário
Mesmo tratando-se de pergunta de resposta aberta, deve incluir uma paráfrase do texto que é comentado. Do gr. paraphrásis, "paráfrase" significa «explicação ou apresentação de um texto (entrecho, obra etc.) que visa torná-lo mais inteligível ou que sugere novo enfoque para o seu sentido» (cf. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).

Teste com o texto ”Os Filisteus”, de Pedro Mexia (turmas D e B)

Grupo I (94 pontos)
1. Indicar duas características da crónica jornalística (foco narrativo na primeira pessoa; elaboração subjectiva/interpretação de uma notícia, acontecimento ou situação do quotidiano; possibilidade de aproximação à crónica literária; tom coloquial, etc.) e justificar com passagens do texto que provem a existência das duas características apresentadas. Exemplo: para a característica que se prende com a interpretação subjectiva de um facto ou acontecimento, poderíamos escolher a passagem que começa assim «Acho ridículo que alguém se considere acima dos outros porque é “culto” […]» (linhas 26-27).
2. O facto ou motivo inspirador da crónica foi o filme A Lula e a Baleia, onde um adolescente pergunta ao pai «O que é um filisteu».
3. A) f; B) v; C) v; D) f; E) f; F) v; G) v, H) f.
4. «Às vezes pressinto uma secreta vontade de outros hábitos culturais, mais exigentes, mas é uma vontade logo reprimida, como se fosse o surgimento incómodo de desejos homossexuais num homem casado» (linhas 45-47).
5. «Nalguns meios, que conheço, é considerado natural e desejável que os filisteus se assumam como filisteus […]. E lá começam eles […]» (linhas 35-36).
"Filisteus" – antecedente.
"Eles" – termo anafórico.
Grupo II (76 pontos)
1. I. B; II. A; III. C; IV. C; V. A; VI. B.
2.1.
O João sentou-se a (5) cadeira ___ (1) esperou que o pai chegasse. O pai tinha ido a Lisboa e tinha comprado ____ (1). Por isso, o João, que estava muito ansioso, não queria desapontá-lo. Já há muito tempo que o João esperavam (7) por isso: ele sempre foi um rapaz curiosa (3). E este ano, para cumprir a promessa, o pai ia também levá-lo o (5) jardim zoológico.
3.1. (ver a questão 4.1. do outro teste)
3.2. Crónica, folhagem, períodos, romances, memórias, fantasias, matador, presa, coração, cabeça, coisa, parte, trevas, sombra.
4.
Forma do verbo “perguntar”, terceira pessoa do singular, no presente do modo indicativo.
Forma do verbo “ser”, terceira pessoa do singular, no presente do modo indicativo.
Grupo III (30 pontos)
(ver o grupo III do outro teste)

Contrato de leitura

Alguns alunos, no âmbito do contrato de leitura, vão apresentar obras de Miguel Esteves Cardoso. Aqui fica uma crónica deste autor. Foi publicada há uns anos, no Expresso:

Elogio do Amor
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”

domingo, 8 de novembro de 2009

"Façam o favor de ser felizes" (Raul Solnado)

Fica aqui uma gravação de "A Guerra de 1908":




Foi uma sugestão da Silvânia (10.º G), que disse gostar muito de ouvir o humorista que faleceu recentemente. Sobre Raul Solnado, escreveu o Ricardo Araújo Pereira na Visão:
Raul Solnado dizia muitas vezes que fazer rir, ou é fácil ou é impossível. A frase é, parece-me, de Woody Allen, e é fulgurantemente verdadeira. Haverá poucas coisas menos engraçadas do que alguém que se esforça para ter graça. A atitude humorística de Raul Solnado assentava exactamente nessa ausência de esforço. Antes de abrir a boca, Solnado já tinha graça [...].
Solnado era uma criança sensata, como Falstaff, o herói cómico de Shakespeare, mas sem os seus pavorosos defeitos.
(Visão, 13 de Agosto de 2009)

sábado, 7 de novembro de 2009

As próximas aulas

Depois do teste, vamos continuar a estudar as tipologias textuais, desde o regulamento aos textos de opinião e crítica. Por isso, e para as próximas aulas, tentem ler textos de crítica (a livros, filmes, música, etc.) que tenham em vossa casa ou que encontrem noutros locais.

E, para o teste, procurem fazer três coisas: 1) ler o caderno; 2) ler as crónicas que têm no vosso manual (pp. 33-34, 53-54 e 73-75); 3) resolver os exercícios que fizemos em aula.
Bom fim-de-semana!

domingo, 1 de novembro de 2009

O Cartoon (I)*

(Carlota, 10.º B)

(Stefanie, 10.º B)


(Francisco, 10.º B)

(Maria Fernandes, 10.º B)

[*Cartoons escolhidos pelos alunos]
 
Site Meter