No 2.º período, iremos ler:
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
2.º período
No 2.º período, iremos ler:
domingo, 20 de dezembro de 2009
Livros: Os Grandes Livros
Edição: Aletheia
Autor: Anthony O’Hear
Tradução: Maria José Figueiredo
Ano: 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
Uma sugestão
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Sobre os complementos preposicionais e adverbiais (omplementos oblíquos)
E quando temos um complemento indirecto, como já sabem, o verbo também será classificado como transitivo indirecto. Assim, "dar" é um verbo transitivo indirecto. (Exemplo: "O João deu uma flor à Sara."; "à Sara" é o complemento indirecto).
(não têm de saber isto para o teste; os alunos que fazem teste na quinta-feira podem ficar descansados).
Correcção dos exercícios
«a Faro» - complemento preposicional (oblíquo).
«na sala» - complemento preposicional (oblíquo).
«um conjunto de aforismos» - nome predicativo do sujeito.
«colocou a flor no vaso» - predicado.
«a flor» - complemento directo.
«no vaso» - complemento preposicional (oblíquo).
«um nome gentílico» - nome predicativo do sujeito.
2. «que os alunos leram» (oração subordinada relativa restritiva) «que lutam por causas» (oração subordinada relativa restritiva) «que sabe muito bem a matéria» (oração subordinada relativa explicativa)
3.
* Era importante que houvessem medidas para solucionar o problema. (Era importante que houvesse...)
* Haviam pessoas à espera de uma resposta. (Havia pessoas...)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
Verbos
Verbo transitivo directo
Verbo transitivo indirecto
Verbo transitivo directo e indirecto
Verbo transitivo-predicativo
Notas:
(adenda: relativamente à nota 1, sublinhe-se que, no caso de existir na frase um complemento preposicional ou adverbial (complemento oblíquo), o verbo é considerado transitivo indirecto. Assim, numa frase como "O cão foi para a casota", diremos, de acordo com a nova gramática, que o verbo "ir" é transitivo indirecto, apesar de não seleccionar um complemento indirecto.
sábado, 5 de dezembro de 2009
Os complementos do verbo (de acordo com a nova gramática) e o nome predicativo
I. O João comeu o bolo. O João comeu-o.
II. A Margarida perdeu a mala que a mãe lhe deu. A Margarida perdeu-a.
Complementos directos oracionais (o complemento está a amarelo):
I. A Margarida disse que o João comeu o bolo. A Margarida disse-o.
Complemento indirecto:
Complemento que pode ser substituído pelo pronome pessoal ("lhe" / "lhes"). Responde à pergunta "a quem?". Exemplos (o complemento indirecto está a amarelo):
I. O Pedro deu uma prenda aos pais. O Pedro deu-lhes uma prenda.
Complemento preposicional:
Complemento adverbial:
Complemento agente da passiva:
Nome predicativo do complemento directo:
Exercícios
Sim, o Luís disse-me que ia a Faro.
O João entrou na sala depois de ter ouvido as acusações.
O livro é um conjunto de aforismos.
Ele colocou a flor no vaso.
Ele colocou a flor no vaso.
Ele colocou a flor no vaso.
"Lisboetas" é um nome gentílico.
2. Encontre nas frases que se seguem orações relativas:
O livro que os alunos leram fala sobre uma viagem.
Há pessoas que lutam por causas.
O aluno, que sabe muito bem a matéria, conseguiu ter uma boa nota.
3. Assinale com (*) as frases em que existem problemas relacionados com o uso do verbo "haver":
Eles haviam falado com o professor sobre o teste.
Era importante que houvessem medidas para solucionar o problema.
Haviam pessoas à espera de uma resposta.
Confirmei que havia quadros na sala.
(na terça-feira, colocarei aqui a correcção dos exercícios)
Ainda sobre o verbo "haver"
Nesta frase, empregou-se a 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver. Se o verbo estivesse no plural, a forma correspondente seria hão. Ora, ninguém diz «"hão" três lápis» em vez de «há três lápis».
O erro surge só com os outros tempos verbais, que se deverão usar igualmente no singular, mas que muitas pessoas usam no plural.
Emprega-se, portanto, nos vários tempos e modos, a 3.ª pessoa do singular (há, havia, houve, houvera, haverá, haveria, haja, houvesse… três lápis), e não a correspondente do plural (hão, haviam, houveram, haverão, haveriam, hajam, houvessem).
Mas, atenção, haver, como verbo auxiliar, equivalente a ter, conjuga-se em todas as pessoas: «Haviam dito uma coisa, agora dizem outra.» = «Tinham dito uma coisa, agora dizem outra.»
Contrato de leitura
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Discurso do primeiro-ministro
Vamos lá «maniatar a oposição»! Um sketch sobre sinónimos.
Maniatar - v. tr. 1. Atar as mãos de. 2. Tolher os movimentos a. 3. Fig. Constranger, tirar a liberdade a.
domingo, 29 de novembro de 2009
Literatura e cinema
Poesia
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Dos livros ao cinema
Segundo teste
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Segundo teste (gramática)
O verbo “haver” é um verbo impessoal (tendo sujeito nulo expletivo) quando tem o sentido de "existir" e, por isso, usa-se apenas na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Quando o verbo “haver” se usa com algum auxiliar, é o verbo auxiliar que assume a impessoalidade gramatical. Por isso, também fica no singular.
Exemplos:
Deve haver outros locais. (* Devem haver outros locais)
Vai haver muitas reclamações. (* Vão haver muitas reclamações)
2. Funções sintácticas (sujeito e complementos do verbo)
O cronista escreveu um livro.
O cronista – sujeito simples; um livro – complemento directo.
(teste: para sabermos se é complemento directo, podemos substituir a expressão pelo pronome a/o, ficando “o cronista escreveu-o”.)
A Susana é uma galerista.
Nome predicativo do sujeito (ocorre com verbos copulativos como: ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar…)
António Lobo Antunes e José Saramago têm uma escrita difícil.
A.L.A. e J.S. – sujeito composto; uma escrita difícil – complemento directo.
A editora contou ao escritor os boatos.
Ao escritor – complemento indirecto (teste: para sabermos se é complemento indirecto, podemos substituir a expressão pelo pronome “lhe”/”lhes”, ficando “a editora contou-lhe os boatos”); os boatos – complemento directo.
O cronista esperou pela inspiração.
Pela inspiração – complemento preposicional (ou complemento oblíquo; esta designação é nova, mas não têm de usá-la neste teste). (nota: o complemento preposicional, ou complemento oblíquo, distingue-se do complemento indirecto porque não pode ser substituído pelo pronome “lhe”. Exemplo: *O cronista esperou-lhe).
O crítico interpretou bem.
Bem – complemento adverbial (complemento oblíquo).
O João portou-se mal.
Mal – complemento adverbial (complemento oblíquo).
O Rui foi levado pelo pai; As casas foram assaltadas por um bando; A crónica foi escrita por Pedro Mexia.
Os elementos em itálico são o complemento agente da passiva das frases.
3. Orações subordinadas adjectivas relativas restritivas e explicativas
Perceber a diferença (de sentido e ao nível da pontuação) entre “O João, que é um grande mentiroso, contou tudo à Sara” e “O homem que eu vi é escritor”. A primeira é uma oração relativa explicativa (ou seja, explica a afirmação que temos na oração subordinante); a segunda é uma oração relativa restritiva, restringindo apenas a referência de “o homem”.
4. Vocativo
Saber identificar a função sintáctica do vocativo e saber como aparece na escrita.
Sara, anda cá.
(O vocativo aparece entre vírgulas)
sábado, 21 de novembro de 2009
Tlebs (nova terminologica linguística) ou dicionário terminológico
"A Turma"
Imenso. Sobre o imperfeito do conjuntivo, a questão do auto-retrato, o futebol, a ideia da vergonha, a definição da insolência, a diferença entre a oralidade e a escrita ou a escolha de um nome escrito no quadro. Os diálogos são brilhantes, os alunos de uma vivacidade encorajadora e o professor domina a língua com uma ironia mordaz e uma certeza que às vezes o faz derrapar. Retrato de uma humanidade plural e imperfeita, estado dos lugares de uma democracia a tratar com cuidado, A Turma é um filme conseguido, denso, que questiona o mundo.
Texto da Revista Premiére
Um miúdo marroquino chama "macaco" a outro do Mali. Uma rapariga tunisina recusa-se a ler um trecho de um livro porque não lhe apetece. Um filho de portugueses aparece com uma camisola da selecção de futebol e o cabelo espigado à Ronaldo. Estas são algumas das situações que o professor de A Turma, de Laurent Cantet, tem que enfrentar todos os dias na aula de Francês que lecciona num liceu algures em Paris; mas não é por isso que o filme, terceiro e melhor do trio que a França apresenta na Selecção Oficial do Festival de Cannes, se resigna aos clichés sensacionais do subgénero "filme de escola problemática".
Cantet disse numa entrevista que "toda a gente produz discursos ideológicos sobre a escola, mas muito poucos a conhecem e vão ver como funciona". Por isso, pegou na ideia que tinha de fazer um filme de ficção sobre a vida num liceu "difícil" e propôs ao jornalista, escritor e professor Francois Bégaudeau a adaptação ao cinema do seu livro Entre les Murs, baseado nas suas experiências de ensino. Mais: além de ter convidado Bégaudeau a co-escrever o argumento com ele e com Robin Campillo, Cantet propôs-lhe ainda que interpretasse o papel principal, o de um professor chamado... François. Para transferir para a tela a autenticidade do livro, o realizador e o autor decidiram que os alunos seriam interpretados não por actores jovens recrutados em castings, mas pelos alunos de um liceu de Paris, que fizeram workshops dramáticos e foram encorajados a improvisar durante a rodagem, mantendo os seus nomes na fita, tal como os professores. O resultado é esta crónica de um ano lectivo numa sala de aula que é um microcosmo de milhares de outras em escolas "duras", não apenas em França mas também em qualquer país da Europa onde os filhos dos imigrantes africanos, asiáticos e também europeus vieram engrossar as fileiras escolares dos naturais. Onde dar aulas requer a um professor já não apenas a normal preparação pedagógica, como ainda paciência de santo, muita capacidade de encaixe e uma autoridade feita de parte de firmeza, parte de diplomacia, e o dia- a-dia é gasto a dar matéria e a tentar explicar aos alunos as regras básicas do respeito, da boa educação, do convívio social e do comportamento em público -especialmente numa sala de aula. Colado ao máximo à realidade, Laurent Cantet descreve o confronto diário intenso, exigente e ingrato entre um adulto e um grupo de adolescentes em que se transformou o ensino em muitas das escolas das sociedades contemporâneas, sem desabar ou no discurso catastrofista do apocalipse escolar, nem nas piedades ingénuas das pedagogias redentoras, sem crucificar ou endeusar os professores ou transformar os alunos em estereótipos ou carne para canhão do politicamente correcto. E sem esconder que ensinar pode por vezes parecer uma missão quase impossível, face a quem não quer, não consegue ou resiste, com insolência e hostilidade, a ser ensinado. Entre les Murs é um filme sobre cenas da luta na classe.
(Podem saber mais coisas sobre o filme clicando aqui.)
Contrato de leitura
Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Primeiro teste
Grupo I (97,5 pontos)
1. Indicar duas características da crónica jornalística (foco narrativo na primeira pessoa; elaboração subjectiva/interpretação de uma notícia, acontecimento ou situação do quotidiano; semelhanças com a crónica literária; tom coloquial, etc.) e justificar com passagens do texto que provem a existência das duas características apresentadas. Exemplo: para a característica «interpretação subjectiva de um facto ou acontecimento», poderíamos escolher a passagem que começa assim «Eu penso nele mais como uma grande baleia […]» (linha 3).
2. O facto ou motivo inspirador da crónica foi a reportagem de Ricardo Fonseca na Visão. Ao ler a reportagem, o cronista lembrou-se da «temporada no inferno» que passou no Hospital de Santa Maria
3. A) f; B) f; C) f/v (as duas são possíveis porque o texto é ambíguo a esse respeito; numa passagem, o cronista diz que nunca mais regressou ao hospital desde os tempos da faculdade, embora tenha usado a expressão «uma vez», o que pode levar a crer que esteve em Santa Maria mais do que uma vez); D/f; E/v; F/v.
4. O cronista pretende dizer que o hospital, apesar de poder ser visto como uma metáfora, como o símbolo de alguma coisa (pelo seu aspecto degradado e com «traseiras quase soviéticas»), era uma realidade bastante concreta devido às vidas que por ele passavam.
5. «O Hospital de Santa Maria […]. Penso nele […]» (linhas 1 a 3).
"Hospital de Santa Maria" – antecedente.
"Nele" – termo anafórico.
Grupo II (72,5 pontos)
1.1. A), B), C), D)
1.2.
B) A oração subordinada explicativa («que é um grande mentiroso») deve estar entre vírgulas.
C) «Sara» é o vocativo e deve estar entre vírgulas.
D) A oração subordinada concessiva («embora com alguma tristeza») deve estar entre vírgulas.
2. I. B / II. D / III. D. ou C. (admito as duas; houve uma discussão em aula sobre essa questão) / IV. C. / V. C.
3.1. O João sentou-se para (5) a cadeira e esperou que o pai chegassem (7). O pai tinha ido de (5.) Lisboa e tinha comprado __ (2). Por isso, o João estava muito ansioso ___ (1) não queria desapontá-lo. Já há muito tempo que o João esperavam (7) por isso: ele sempre foi um rapaz curiosa (3). E este ano, para cumprir a promessa, o pai ia também levá-lo o (5) jardim zoológico.
4.1.
Dêixis pessoal (deícticos pessoais): Estou (eu); distinguimo-la; nossos; sou; meu; minha; busco (eu).
Dêixis temporal (deíctico temporal): Estou.
Dêixis espacial (deícticos espaciais): Aqui, venha.
4.2.
À (preposição contraída: preposição “a” com determinante artigo definido “a”)
De (preposição simples)
Na (preposição contraída: preposição “em” com determinante artigo definido “a”)
Ao (preposição contraída: preposição “a” com determinante artigo defino “o”)
No (preposição contraída: preposição “em” com determinante artigo definido “o”)
Grupo III (30 pontos)
Expressão escrita - comentário
Teste com o texto ”Os Filisteus”, de Pedro Mexia (turmas D e B)
Grupo I (94 pontos)
1. Indicar duas características da crónica jornalística (foco narrativo na primeira pessoa; elaboração subjectiva/interpretação de uma notícia, acontecimento ou situação do quotidiano; possibilidade de aproximação à crónica literária; tom coloquial, etc.) e justificar com passagens do texto que provem a existência das duas características apresentadas. Exemplo: para a característica que se prende com a interpretação subjectiva de um facto ou acontecimento, poderíamos escolher a passagem que começa assim «Acho ridículo que alguém se considere acima dos outros porque é “culto” […]» (linhas 26-27).
2. O facto ou motivo inspirador da crónica foi o filme A Lula e a Baleia, onde um adolescente pergunta ao pai «O que é um filisteu».
3. A) f; B) v; C) v; D) f; E) f; F) v; G) v, H) f.
4. «Às vezes pressinto uma secreta vontade de outros hábitos culturais, mais exigentes, mas é uma vontade logo reprimida, como se fosse o surgimento incómodo de desejos homossexuais num homem casado» (linhas 45-47).
5. «Nalguns meios, que conheço, é considerado natural e desejável que os filisteus se assumam como filisteus […]. E lá começam eles […]» (linhas 35-36).
"Filisteus" – antecedente.
"Eles" – termo anafórico.
Grupo II (76 pontos)
1. I. B; II. A; III. C; IV. C; V. A; VI. B.
2.1.
O João sentou-se a (5) cadeira ___ (1) esperou que o pai chegasse. O pai tinha ido a Lisboa e tinha comprado ____ (1). Por isso, o João, que estava muito ansioso, não queria desapontá-lo. Já há muito tempo que o João esperavam (7) por isso: ele sempre foi um rapaz curiosa (3). E este ano, para cumprir a promessa, o pai ia também levá-lo o (5) jardim zoológico.
3.1. (ver a questão 4.1. do outro teste)
3.2. Crónica, folhagem, períodos, romances, memórias, fantasias, matador, presa, coração, cabeça, coisa, parte, trevas, sombra.
4.
Forma do verbo “perguntar”, terceira pessoa do singular, no presente do modo indicativo.
Forma do verbo “ser”, terceira pessoa do singular, no presente do modo indicativo.
Grupo III (30 pontos)
(ver o grupo III do outro teste)
Contrato de leitura
Elogio do Amor
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”
domingo, 8 de novembro de 2009
"Façam o favor de ser felizes" (Raul Solnado)
sábado, 7 de novembro de 2009
As próximas aulas
E, para o teste, procurem fazer três coisas: 1) ler o caderno; 2) ler as crónicas que têm no vosso manual (pp. 33-34, 53-54 e 73-75); 3) resolver os exercícios que fizemos em aula.
domingo, 1 de novembro de 2009
sábado, 31 de outubro de 2009
Coesão textual (síntese)
1 - coesão frásica;
2 - coesão interfrásica (conectores/articuladores de discurso);
3 - coesão temporal;
4- coesão lexical (por repetição ou substituição por palavras que mantêm relações de sentido com a primeira);
5 - coesão referencial (anáfora*/catáfora, elipse)
Trabalho de pares/grupo - a crónica
“Orações soburdinadas”, de António Lobo Antunes (Visão, 19.03.2009)
2. + 2.1. Trata-se uma crónica literária. Na verdade, o texto que lemos partilha com o texto literário, nomeadamente com o texto poético, algumas características Assim, encontramos uma reflexão sobre o “eu” e as suas memórias («e volto à infância»), uma linguagem figurada e a utilização de recursos expressivos, como interrogações («O que lhe terá acontecido? Casou? Teve filhos?»).
3. O título – “Orações soburdinadas” – está relacionado com a infância do cronista, porque um dos episódios mais marcantes dessa infância foi aquele em que ele escreveu “orações soburdinadas” no quadro, tendo sido agredido pelo professor.
«a menina»
Coesão textual – referencial (anáfora)
"Esta crónica não é contra os taxistas", de José Luís Peixoto (Visão, 15.10.2009)
Primeira frase – os seres humanos não são maus por natureza.
Segunda frase – "ser taxista de aeroporto", neste contexto, significa ter rancor contra tudo e contra todos, pensar que tudo está mal e que a culpa é dos outros.
7.
Anáfora - «Chegou a minha vez, o taxista veio ajudar-me e sorriu. Logo aí eu devia ter desconfiado, mas foi só quando me sentei e ele perguntou para […]».
9. Sujeito nulo subentendido – “eu”
Enunciação, Dêixis e Deícticos
Os elementos que apontam para quem produz o enunciado e para o tempo e o espaço da enunciação chamam-se deícticos.
Em termos mais simples, os deícticos são palavras que só podemos compreender sabendo quem está a falar, onde e quando.
Se eu digo: “Vou ali comprar o livro”
Só entendemos o valor semântico da palavra “ali” se soubermos onde está a pessoa que diz a palavra (no exemplo, sabemos que deve ser perto).
A dêixis é o fenómeno através do qual a linguagem remete para o contexto, para a situação de comunicação em que é utilizada.
domingo, 25 de outubro de 2009
Divirtam-se
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Contrato de leitura
Hiperónimo/hipónimo; holónimo/merónimo
Um hipónimo é uma palavra cujo significado é hierarquicamente mais específico que o doutra; por exemplo, cenoura ou nabo estão em relação de hiponímia relativamente a legume. Hiperónimo é sinónimo de superordenado, nome que se dá ao termo cujo sentido inclui aquele (ou aqueles) de um ou de vários outros termos, chamados hipónimos. Assim, animal é hiperónimo de cão, gato, burro, etc. Quanto aos conceitos de holónimos e merónimos, eles estes estão consagrados na Nova Nomenclatura da Língua Portuguesa, em Semântica Lexical, cuja base de dados foi editada em CD, encontrando-se em linha na página da APP. Com a seguinte definição: Holonímia «Relação de hierarquia semântica entre duas unidades lexicais; uma denota um todo (holónimo) sem impor obrigatoriamewnte as suas prioridades semânticas à outra, considerada sua parte (merónimo)» Exemplos «carro/volante – carro estabelece uma relação de holonímia com volante, sem porém lhe impor as suas propriedades; braço/corpo; vela/barco» Meronímia «Relação de hierarquia semântica entre duas unidades lexicais; uma denotando a parte(merónimo)» e criando uma relação de dependência ao implicar a referência a um todo (holónimo), relativo a essa parte» Exemplo «A unidade lexical «dedo» (merónimo) implica a unidade lexical «mão» (holónimo).
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Problemas de expressão escrita (teste de avaliação de diagnóstico)
2 - Não escrever: “As razões que levam o autor... são porque”
3 - O nome da disciplina escreve-se com letra maiúscula. Exemplo: "Os professores de Português, de Filosofia, etc.."
4 - Evitar dar informações pouco importantes no contexto da resposta. Exemplo: "Os tapumes das obras daqueles bancos solícitos e hipócritas que pedem desculpa pelo incómodo..."
5 - É importante verificar se existe concordância entre sujeito e predicado, evitando frases como estas: “As razões... é...”
8 - Não separar o “mos” do infinitivo pessoal do verbo; faz parte do verbo, não é um pronome. Assim, é incorrecto escrever: “O mais importante é reconhecer-mos”.
9 - A expressão “facto de” fica separada do artigo nas orações infinitivas. Por isso, não devemos escrever: “Saliente-se o facto dos professores terem...”
10 - É importante não confundirmos “vêem” (do verbo “ver”) com “vêm” (do verbo “vir”).
11 - Não podemos separar o sujeito do predicado, como acontece se colocarmos a vírgula depois de “conclusão”: “As razões que levam o autor a esta conclusão, prendem-se”.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
Luísa Costa Gomes
Numa das próximas aulas, iremos ler o texto “Hades”, de Luísa Costa Gomes. Ao longo do ano, estudaremos outros textos da mesma autora. Clicando aqui, é possível ir ao podcast (sistema que armazena dados) da TSF e ouvir uma entrevista de Luísa Costa Gomes conduzida por Carlos Vaz Marques.
A escritora tem uma página; fica aqui.
Aula n.º 2/3
Ficha de trabalho - avaliação de diagnóstico.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
António Lobo Antunes fala sobre a prosa e os grandes livros
domingo, 4 de outubro de 2009
Regras de pontuação
Utiliza-se o ponto final para:
I. Indicar uma pausa grande. Utiliza-se no final de uma frase (seja esta composta por uma ou muitas palavras) e implica que a informação que queríamos transmitir está completa.
II. Indicar uma pausa muito grande, com uma ligeira alteração de tópico ou propósito. Utiliza-se no final de um parágrafo. É chamado de ponto final parágrafo.
III. Marcar uma abreviatura, sendo chamado de ponto de abreviatura. Exemplo: "Sr. - Senhor"
IV. Distinguir a contagem de pontos ou uma enumeração feita por números (ordinais ou cardinais). 1.º (...) ou 1. (...)
Dois pontos
Utilizam-se os dois pontos para:
I. Introduzir o discurso directo ou citações.
II. Apresentar uma enumeração de coisas.
III. Apresentar uma frase ou oração descritivas.
Ponto de interrogação
Utiliza-se o ponto de interrogação para:
I. Indicar uma entoação interrogativa.
Ponto de exclamação
Utiliza-se o ponto de exclamação para:
I. Exprimir aspectos emotivos: espanto, ironia, alegria, etc...
Ponto de interrogação e ponto de exclamação
Utilizam-se estes dois pontos em sequência para:
I. Exprimir espanto e admiração com uma entoação interrogativa.
Reticências
Utilizam-se as reticências para:
I. Indicar que a frase ficou incompleta.
II. Expressar hesitação, dúvida, ironia, malícia, etc...
Ponto e vírgula
I. Separar orações quando estas já fazem uso de vírgulas e se encontram aglomeradas numa frase longa.
II. Separar orações subordinadas com o mesmo valor, que se encontram dependentes da mesma oração principal (ou subordinante).
III. Marcar o final das alíneas em textos de direito, política, etc.
Travessão
I. Introduzir o discurso directo.
III. Separar ou destacar expressões que complementam o que se diz numa frase ou oração.
Retirado do site "Criar Mundos"
(Nota: em aula veremos os contextos em que se utiliza a vírgula)
1.ª Aula
Apresentação.
Enumeração dos critérios de avaliação da disciplina.
Regras básicas de pontuação (revisão).