quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2.º período

Beryl Cook [Poetry Reading] 1926/2008

No 2.º período, iremos ler:

- textos de carácter autobiográfico (autobiografia, carta, memórias, diário e auto-retrato);

- Camões (lírica camoniana; sonetos);

- poetas do século XX (Miguel Torga, José Régio, Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Carlos de Oliveira, David Mourão-Ferreira).

No âmbito do funcionamento da língua, iremos estudar:

- os deícticos;

- os actos ilocutórios;

- a prononimalização;

- a formação de palavras;

- o campo lexical e o campo semântico;

- as funções sintácticas;

- a frase complexa.

Na terça-feira, dia 5, estará na reprografia um conjunto de fichas informativas e fichas de trabalho ("Fichas Informativas e Fichas de Trabalho - 2.º período").
Até para o ano!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Livros: Os Grandes Livros


Edição: Aletheia
Autor: Anthony O’Hear
Tradução: Maria José Figueiredo
Ano: 2009

Chama-se Os Grandes Livros e foi escrito por Anthony O'Hear. É um livro sobre os grandes livros da Literatura ocidental. No blogue da livraria Pó dos Livros, pode ler-se: «Mais do que uma grande obra de referência, esta é também uma história narrativa contada com um profundo amor pela literatura - e uma crença inabalável na sua capacidade de inspirar e enriquecer os nossos mundos».

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Natal sem a Bimby não é a mesma coisa...



Agora a sério: um bom Natal para todos!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Música

Podem ler a crítica do João Lisboa aqui. Segundo ele, quase tudo neste disco é «puríssima perfeição pop».

Uma sugestão

Amanhã, às 21:00, podem ver na SIC uma reportagem sobre o bairro da Bela Vista, um bairro que fica muito perto da nossa escola, como sabem (é no programa "Grande Reportagem").

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre os complementos preposicionais e adverbiais (omplementos oblíquos)

Relativamente a uma frase como "A Sara foi a Paris", sabemos que "a Paris" é o complemento oblíquo (preposicional) do verbo "ir". Alguns alunos perguntaram, e com razão, se classificamos o verbo "ir" como verbo transitivo preposicional, uma vez que pede um complemento introduzido por uma preposição (a preposição "a").
Bom, segundo o Dicionário Terminológico (que está elaborado de acordo com a nova gramática), o verbo "ir" deve ser classificado como transitivo indirecto. Portanto, apesar de o complemento seleccionado não ser um complemento indirecto (o complemento é "a Paris"), devemos considerar os verbos que pedem complemento oblíquo (preposicional ou adverbial) como transitivos indirectos. Veja-se o exemplo que se segue:
O Rui vive ali.
ali = complemento oblíquo (adverbial)
O verbo "viver" é transitivo indirecto porque selecciona (pede) um complemento oblíquo (adverbial).

E quando temos um complemento indirecto, como já sabem, o verbo também será classificado como transitivo indirecto. Assim, "dar" é um verbo transitivo indirecto. (Exemplo: "O João deu uma flor à Sara."; "à Sara" é o complemento indirecto).

(não têm de saber isto para o teste; os alunos que fazem teste na quinta-feira podem ficar descansados).

Correcção dos exercícios

1.
«a Faro» - complemento preposicional (oblíquo).
«na sala» - complemento preposicional (oblíquo).
«um conjunto de aforismos» - nome predicativo do sujeito.
«colocou a flor no vaso» - predicado.
«a flor» - complemento directo.
«no vaso» - complemento preposicional (oblíquo).
«um nome gentílico» - nome predicativo do sujeito.

2. «que os alunos leram» (oração subordinada relativa restritiva) «que lutam por causas» (oração subordinada relativa restritiva) «que sabe muito bem a matéria» (oração subordinada relativa explicativa)

3.
* Era importante que houvessem medidas para solucionar o problema. (Era importante que houvesse...)
* Haviam pessoas à espera de uma resposta. (Havia pessoas...)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Música clássica

(podem encontrar informações sobre o autor neste site).

domingo, 6 de dezembro de 2009

Verbos

Verbo intransitivo
Verbo principal que não selecciona (pede) complementos. Exemplo: O João desmaiou.

Verbo transitivo directo
Verbo que selecciona um complemento que tem a função sintáctica de complemento directo. Exemplo: A Ana fechou a porta.

Verbo transitivo indirecto
Verbo que selecciona um complemento que tem a função sintáctica de complemento indirecto. Exemplo: A prenda agradou à Ana.

Verbo transitivo directo e indirecto
Verbo que selecciona dois complementos (um directo e outro indirecto, ou oblíquo). Exemplo: O Rui deu flores à Ana. O João colocou as chaves na porta.

Verbo transitivo-predicativo
Verbo que selecciona um complemento directo e um nome predicativo do complemento directo. Exemplo: A Teresa acha o João simpático ("João" é o complemento directo; "simpático" é a expressão que está a caracterizar - ou predicar - o complemento directo).

Notas:
1) Segundo a nova gramática, um verbo que selecciona um complemento directo e um complemento preposicional (oblíquo) chama-se também transitivo directo e indirecto. Por exemplo, "pôr" (como "colocar") é um verbo transitivo directo e indirecto. Exemplo: O Rui pôs o livro (complemento directo) na mesa (complemento preposicional - oblíquo).
2) Não precisam de saber os verbos transitivos-predicativos para o teste.

(adenda: relativamente à nota 1, sublinhe-se que, no caso de existir na frase um complemento preposicional ou adverbial (complemento oblíquo), o verbo é considerado transitivo indirecto. Assim, numa frase como "O cão foi para a casota", diremos, de acordo com a nova gramática, que o verbo "ir" é transitivo indirecto, apesar de não seleccionar um complemento indirecto.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Os complementos do verbo (de acordo com a nova gramática) e o nome predicativo

Complemento directo:
Complemento seleccionado (pedido) pelo verbo. Responde à pergunta "o quê?".
Complementos directos nominais (o complemento está a amarelo):
I. O João comeu o bolo. O João comeu-o.
II. A Margarida perdeu a mala que a mãe lhe deu. A Margarida perdeu-a.
Complementos directos
oracionais (o complemento está a amarelo):
I. A Margarida disse que o João comeu o bolo. A Margarida disse-o.
II. A Margarida também perguntou se a tua mãe está melhor. A Margarida também o perguntou.

Complemento indirecto:
Complemento que pode ser substituído pelo pronome pessoal ("lhe" / "lhes"). Responde à pergunta "a quem?". Exemplos (o complemento indirecto está a amarelo):
I. O Pedro deu uma prenda aos pais. O Pedro deu-lhes uma prenda.
II. O Pedro telefonou ao médico de que lhe falei. O Pedro telefonou-lhe.
III. O Pedro telefonou ao médico amigo da minha mãe.O Pedro telefonou-lhe.

Complemento preposicional:
É introduzido por uma preposição mas não pode ser substituído por "lhe"/"lhes". Exemplos (o complemento preposicional está a amarelo):
I. O João foi a Nova Iorque. (* O João foi-lhe)
II. O João gosta de bolos. (* O João gosta-lhe)

Complemento adverbial:
É constituído por um advérbio. Exemplo (o complemento adverbial está a amarelo):
I. O João mora aqui.
(Complementos preposicionais e adverbiais são complementos oblíquos, mas, neste teste, não têm de usar esta designação)

Complemento agente da passiva:
Função sintáctica desempenhada por um grupo preposicional presente numa frase passiva. Exemplos (o complemento agente da passiva está a amarelo):
I. A baleia foi encontrada por um pescador. (a frase na voz activa é: "Um pescador encontrou a baleia")
II. O cão está a ser tratado pelo veterinário. (a frase na voz activa é: "O veterinário está a tratar o cão.")

Nome predicativo do sujeito:
Função sintáctica desempenhada pelo constituinte que ocorre em frases com verbos copulativos (ser, estar, parecer, permanecer...) e que predica algo acerca do sujeito (por outras palavras, o nome predicativo do sujeito diz-nos alguma coisa sobre o sujeito). Exemplos (o nome predicativo do sujeito está a amarelo):
I. O João é professor de Matemática.
II. Os alunos estão muito interessados.
III. A minha casa é aqui.
IV. O teste é amanhã.

Nome predicativo do complemento directo:
Em algumas orações, temos um complemento directo e uma expressão que caracteriza o complemento directo. Essa expressão é o nome predicativo do complemento directo e é introduzida por um verbo transitivo predicativo (achar, chamar, considerar, julgar, tratar, eleger, nomear...).
Exemplos (o nome predicativo do complemento directo está a amarelo):
I. O João considera a Maria uma óptima pessoa.
II. O João acha a Maria bonita.
III. O João acha esse filme pouco interessante.

Exercícios

1. Diga qual a função sintáctica dos elementos que estão a amarelo nas frases que se seguem:
Sim, o Luís disse-me que ia a Faro.
O João entrou na sala depois de ter ouvido as acusações.
O livro é um conjunto de aforismos.
Ele colocou a flor no vaso.
Ele colocou a flor no vaso.
Ele colocou a flor no vaso.
"Lisboetas" é um nome gentílico.
2. Encontre nas frases que se seguem orações relativas:
O livro que os alunos leram fala sobre uma viagem.
Há pessoas que lutam por causas.
O aluno, que sabe muito bem a matéria, conseguiu ter uma boa nota.
3. Assinale com (*) as frases em que existem problemas relacionados com o uso do verbo "haver":
Eles haviam falado com o professor sobre o teste.
Era importante que houvessem medidas para solucionar o problema.
Haviam pessoas à espera de uma resposta.
Confirmei que havia quadros na sala.

(na terça-feira, colocarei aqui a correcção dos exercícios)

Ainda sobre o verbo "haver"

Deixo aqui outro texto (retirado do Ciberdúvidas) que explica a sintaxe do verbo "haver":
O verbo haver, quando usado no sentido de existir, conjuga-se só na 3.ª pessoa do singular. Por isso, está correcta a frase «Há três lápis».
Nesta frase, empregou-se a 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver. Se o verbo estivesse no plural, a forma correspondente seria hão. Ora, ninguém diz «"hão" três lápis» em vez de «há três lápis».
O erro surge só com os outros tempos verbais, que se deverão usar igualmente no singular, mas que muitas pessoas usam no plural.
Emprega-se, portanto, nos vários tempos e modos, a 3.ª pessoa do singular (há, havia, houve, houvera, haverá, haveria, haja, houvesse… três lápis), e não a correspondente do plural (hão, haviam, houveram, haverão, haveriam, hajam, houvessem).
Mas, atenção, haver, como verbo auxiliar, equivalente a ter, conjuga-se em todas as pessoas: «Haviam dito uma coisa, agora dizem outra.» = «Tinham dito uma coisa, agora dizem outra.»

Contrato de leitura

No segundo período, os livros que serão lidos no âmbito do contrato de leitura têm de estar na lista de obras recomendadas. Como já sabem, a lista está na reprografia (e também pode ser consultada aqui).

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Discurso do primeiro-ministro

Vamos lá «maniatar a oposição»! Um sketch sobre sinónimos.

Maniatar - v. tr. 1. Atar as mãos de. 2. Tolher os movimentos a. 3. Fig. Constranger, tirar a liberdade a.

domingo, 29 de novembro de 2009

Literatura e cinema

Manoel de Oliveira fez um filme a partir do conto "Singularidades de uma Rapariga Loura", de Eça de Queirós (o conto foi apresentado por uma aluna no âmbito do contrato de leitura). Aqui ficam algumas imagens do filme:

Poesia

poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny (Pena Capital I)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dos livros ao cinema

Hoje, a propósito de um livro, falou-se de um filme chamado Fight Club. Não sei se conhecem este filme (tem uma cena final espantosa, a lembrar um jogo de computador). Fica aqui (e a música é um clássico dos Pixies).

Segundo teste

Para além dos conteúdos que coloquei no post anterior, estudem os deícticos e as regras para o uso da vírgula. Relembro que podem colocar questões aqui, no blogue (deixem na caixa de comentários).

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Segundo teste (gramática)

Síntese de conteúdos
1. Sintaxe do verbo “haver"
O verbo “haver” é um verbo impessoal (tendo sujeito nulo expletivo) quando tem o sentido de "existir" e, por isso, usa-se apenas na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Havia muitos problemas; se dúvidas houvesse; haverá muitas estrelas; houve muitas intervenções.
Quando o verbo “haver” se usa com algum auxiliar, é o verbo auxiliar que assume a impessoalidade gramatical. Por isso, também fica no singular.
Exemplos:
Deve haver outros locais. (* Devem haver outros locais)
Vai haver muitas reclamações. (* Vão haver muitas reclamações)

2. Funções sintácticas (sujeito e complementos do verbo)
O cronista escreveu um livro.
O cronista – sujeito simples; um livro – complemento directo.
(teste: para sabermos se é complemento directo, podemos substituir a expressão pelo pronome a/o, ficando “o cronista escreveu-o”.)

A Susana é uma galerista.
Nome predicativo do sujeito (ocorre com verbos copulativos como: ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar…)

António Lobo Antunes e José Saramago têm uma escrita difícil.
A.L.A. e J.S. – sujeito composto; uma escrita difícil – complemento directo.

A editora contou ao escritor os boatos.
Ao escritor – complemento indirecto (teste: para sabermos se é complemento indirecto, podemos substituir a expressão pelo pronome “lhe”/”lhes”, ficando “a editora contou-lhe os boatos”); os boatos – complemento directo.

O cronista esperou pela inspiração.
Pela inspiração – complemento preposicional (ou complemento oblíquo; esta designação é nova, mas não têm de usá-la neste teste). (nota: o complemento preposicional, ou complemento oblíquo, distingue-se do complemento indirecto porque não pode ser substituído pelo pronome “lhe”. Exemplo: *O cronista esperou-lhe).

O crítico interpretou bem.
Bem – complemento adverbial (complemento oblíquo).

O João portou-se mal.
Mal – complemento adverbial (complemento oblíquo).

O Rui foi levado pelo pai; As casas foram assaltadas por um bando; A crónica foi escrita por Pedro Mexia.
Os elementos em itálico são o complemento agente da passiva das frases.

3. Orações subordinadas adjectivas relativas restritivas e explicativas
Perceber a diferença (de sentido e ao nível da pontuação) entre “O João, que é um grande mentiroso, contou tudo à Sara” e “O homem que eu vi é escritor”. A primeira é uma oração relativa explicativa (ou seja, explica a afirmação que temos na oração subordinante); a segunda é uma oração relativa restritiva, restringindo apenas a referência de “o homem”.

4. Vocativo
Saber identificar a função sintáctica do vocativo e saber como aparece na escrita.
Sara, anda cá.
(O vocativo aparece entre vírgulas)

sábado, 21 de novembro de 2009

Tlebs (nova terminologica linguística) ou dicionário terminológico

Como já sabem, a terminologia linguística mudou. Já não existem, por exemplo, os complementos circunstanciais.
Se quiserem consultar o documento que tem todas as alterações, podem ir até aqui. O site fica ali nos "locais a visitar" com o nome "A Nova Gramática".

"A Turma"

Sobre o filme A Turma (realizado por Laurent Cantet)

Imenso. Sobre o imperfeito do conjuntivo, a questão do auto-retrato, o futebol, a ideia da vergonha, a definição da insolência, a diferença entre a oralidade e a escrita ou a escolha de um nome escrito no quadro. Os diálogos são brilhantes, os alunos de uma vivacidade encorajadora e o professor domina a língua com uma ironia mordaz e uma certeza que às vezes o faz derrapar. Retrato de uma humanidade plural e imperfeita, estado dos lugares de uma democracia a tratar com cuidado, A Turma é um filme conseguido, denso, que questiona o mundo.

Texto da Revista Premiére

Um miúdo marroquino chama "macaco" a outro do Mali. Uma rapariga tunisina recusa-se a ler um trecho de um livro porque não lhe apetece. Um filho de portugueses aparece com uma camisola da selecção de futebol e o cabelo espigado à Ronaldo. Estas são algumas das situações que o professor de A Turma, de Laurent Cantet, tem que enfrentar todos os dias na aula de Francês que lecciona num liceu algures em Paris; mas não é por isso que o filme, terceiro e melhor do trio que a França apresenta na Selecção Oficial do Festival de Cannes, se resigna aos clichés sensacionais do subgénero "filme de escola problemática".
Cantet disse numa entrevista que "toda a gente produz discursos ideológicos sobre a escola, mas muito poucos a conhecem e vão ver como funciona". Por isso, pegou na ideia que tinha de fazer um filme de ficção sobre a vida num liceu "difícil" e propôs ao jornalista, escritor e professor Francois Bégaudeau a adaptação ao cinema do seu livro Entre les Murs, baseado nas suas experiências de ensino. Mais: além de ter convidado Bégaudeau a co-escrever o argumento com ele e com Robin Campillo, Cantet propôs-lhe ainda que interpretasse o papel principal, o de um professor chamado... François. Para transferir para a tela a autenticidade do livro, o realizador e o autor decidiram que os alunos seriam interpretados não por actores jovens recrutados em castings, mas pelos alunos de um liceu de Paris, que fizeram workshops dramáticos e foram encorajados a improvisar durante a rodagem, mantendo os seus nomes na fita, tal como os professores. O resultado é esta crónica de um ano lectivo numa sala de aula que é um microcosmo de milhares de outras em escolas "duras", não apenas em França mas também em qualquer país da Europa onde os filhos dos imigrantes africanos, asiáticos e também europeus vieram engrossar as fileiras escolares dos naturais. Onde dar aulas requer a um professor já não apenas a normal preparação pedagógica, como ainda paciência de santo, muita capacidade de encaixe e uma autoridade feita de parte de firmeza, parte de diplomacia, e o dia- a-dia é gasto a dar matéria e a tentar explicar aos alunos as regras básicas do respeito, da boa educação, do convívio social e do comportamento em público -especialmente numa sala de aula. Colado ao máximo à realidade, Laurent Cantet descreve o confronto diário intenso, exigente e ingrato entre um adulto e um grupo de adolescentes em que se transformou o ensino em muitas das escolas das sociedades contemporâneas, sem desabar ou no discurso catastrofista do apocalipse escolar, nem nas piedades ingénuas das pedagogias redentoras, sem crucificar ou endeusar os professores ou transformar os alunos em estereótipos ou carne para canhão do politicamente correcto. E sem esconder que ensinar pode por vezes parecer uma missão quase impossível, face a quem não quer, não consegue ou resiste, com insolência e hostilidade, a ser ensinado. Entre les Murs é um filme sobre cenas da luta na classe.
Eurico de Barros, Diário de Notícias

(Podem saber mais coisas sobre o filme clicando aqui.)

Contrato de leitura


Penso que já falámos deste livro em aula. Obra fundamental da literatura universal, foi escrito por Franz Kafka (1883-1924) e começa assim:

Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Primeiro teste

Teste com a crónica "Santa Maria", de Pedro Mexia (turmas A e G)

Grupo I (97,5 pontos)
1. Indicar duas características da crónica jornalística (foco narrativo na primeira pessoa; elaboração subjectiva/interpretação de uma notícia, acontecimento ou situação do quotidiano; semelhanças com a crónica literária; tom coloquial, etc.) e justificar com passagens do texto que provem a existência das duas características apresentadas. Exemplo: para a característica «interpretação subjectiva de um facto ou acontecimento», poderíamos escolher a passagem que começa assim «Eu penso nele mais como uma grande baleia […]» (linha 3).
2. O facto ou motivo inspirador da crónica foi a reportagem de Ricardo Fonseca na Visão. Ao ler a reportagem, o cronista lembrou-se da «temporada no inferno» que passou no Hospital de Santa Maria
3. A) f; B) f; C) f/v (as duas são possíveis porque o texto é ambíguo a esse respeito; numa passagem, o cronista diz que nunca mais regressou ao hospital desde os tempos da faculdade, embora tenha usado a expressão «uma vez», o que pode levar a crer que esteve em Santa Maria mais do que uma vez); D/f; E/v; F/v.
4. O cronista pretende dizer que o hospital, apesar de poder ser visto como uma metáfora, como o símbolo de alguma coisa (pelo seu aspecto degradado e com «traseiras quase soviéticas»), era uma realidade bastante concreta devido às vidas que por ele passavam.
5. «O Hospital de Santa Maria […]. Penso nele […]» (linhas 1 a 3).
"Hospital de Santa Maria" – antecedente.
"Nele" – termo anafórico.
Grupo II (72,5 pontos)
1.1. A), B), C), D)
1.2.
A) A segunda vírgula está a separar o sujeito («as coisas que o Rui tem andado a fazer») e o predicado («deveriam ser castigadas»).
B) A oração subordinada explicativa («que é um grande mentiroso») deve estar entre vírgulas.
C) «Sara» é o vocativo e deve estar entre vírgulas.
D) A oração subordinada concessiva («embora com alguma tristeza») deve estar entre vírgulas.
2. I. B / II. D / III. D. ou C. (admito as duas; houve uma discussão em aula sobre essa questão) / IV. C. / V. C.
3.1. O João sentou-se para (5) a cadeira e esperou que o pai chegassem (7). O pai tinha ido de (5.) Lisboa e tinha comprado __ (2). Por isso, o João estava muito ansioso ___ (1) não queria desapontá-lo. Já há muito tempo que o João esperavam (7) por isso: ele sempre foi um rapaz curiosa (3). E este ano, para cumprir a promessa, o pai ia também levá-lo o (5) jardim zoológico.
4.1.
Dêixis pessoal (deícticos pessoais): Estou (eu); distinguimo-la; nossos; sou; meu; minha; busco (eu).
Dêixis temporal (deíctico temporal): Estou.
Dêixis espacial (deícticos espaciais): Aqui, venha.
4.2.
À (preposição contraída: preposição “a” com determinante artigo definido “a”)
De (preposição simples)
Na (preposição contraída: preposição “em” com determinante artigo definido “a”)
Ao (preposição contraída: preposição “a” com determinante artigo defino “o”)
No (preposição contraída: preposição “em” com determinante artigo definido “o”)
Grupo III (30 pontos)
Expressão escrita - comentário
Mesmo tratando-se de pergunta de resposta aberta, deve incluir uma paráfrase do texto que é comentado. Do gr. paraphrásis, "paráfrase" significa «explicação ou apresentação de um texto (entrecho, obra etc.) que visa torná-lo mais inteligível ou que sugere novo enfoque para o seu sentido» (cf. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).

Teste com o texto ”Os Filisteus”, de Pedro Mexia (turmas D e B)

Grupo I (94 pontos)
1. Indicar duas características da crónica jornalística (foco narrativo na primeira pessoa; elaboração subjectiva/interpretação de uma notícia, acontecimento ou situação do quotidiano; possibilidade de aproximação à crónica literária; tom coloquial, etc.) e justificar com passagens do texto que provem a existência das duas características apresentadas. Exemplo: para a característica que se prende com a interpretação subjectiva de um facto ou acontecimento, poderíamos escolher a passagem que começa assim «Acho ridículo que alguém se considere acima dos outros porque é “culto” […]» (linhas 26-27).
2. O facto ou motivo inspirador da crónica foi o filme A Lula e a Baleia, onde um adolescente pergunta ao pai «O que é um filisteu».
3. A) f; B) v; C) v; D) f; E) f; F) v; G) v, H) f.
4. «Às vezes pressinto uma secreta vontade de outros hábitos culturais, mais exigentes, mas é uma vontade logo reprimida, como se fosse o surgimento incómodo de desejos homossexuais num homem casado» (linhas 45-47).
5. «Nalguns meios, que conheço, é considerado natural e desejável que os filisteus se assumam como filisteus […]. E lá começam eles […]» (linhas 35-36).
"Filisteus" – antecedente.
"Eles" – termo anafórico.
Grupo II (76 pontos)
1. I. B; II. A; III. C; IV. C; V. A; VI. B.
2.1.
O João sentou-se a (5) cadeira ___ (1) esperou que o pai chegasse. O pai tinha ido a Lisboa e tinha comprado ____ (1). Por isso, o João, que estava muito ansioso, não queria desapontá-lo. Já há muito tempo que o João esperavam (7) por isso: ele sempre foi um rapaz curiosa (3). E este ano, para cumprir a promessa, o pai ia também levá-lo o (5) jardim zoológico.
3.1. (ver a questão 4.1. do outro teste)
3.2. Crónica, folhagem, períodos, romances, memórias, fantasias, matador, presa, coração, cabeça, coisa, parte, trevas, sombra.
4.
Forma do verbo “perguntar”, terceira pessoa do singular, no presente do modo indicativo.
Forma do verbo “ser”, terceira pessoa do singular, no presente do modo indicativo.
Grupo III (30 pontos)
(ver o grupo III do outro teste)

Contrato de leitura

Alguns alunos, no âmbito do contrato de leitura, vão apresentar obras de Miguel Esteves Cardoso. Aqui fica uma crónica deste autor. Foi publicada há uns anos, no Expresso:

Elogio do Amor
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”

domingo, 8 de novembro de 2009

"Façam o favor de ser felizes" (Raul Solnado)

Fica aqui uma gravação de "A Guerra de 1908":




Foi uma sugestão da Silvânia (10.º G), que disse gostar muito de ouvir o humorista que faleceu recentemente. Sobre Raul Solnado, escreveu o Ricardo Araújo Pereira na Visão:
Raul Solnado dizia muitas vezes que fazer rir, ou é fácil ou é impossível. A frase é, parece-me, de Woody Allen, e é fulgurantemente verdadeira. Haverá poucas coisas menos engraçadas do que alguém que se esforça para ter graça. A atitude humorística de Raul Solnado assentava exactamente nessa ausência de esforço. Antes de abrir a boca, Solnado já tinha graça [...].
Solnado era uma criança sensata, como Falstaff, o herói cómico de Shakespeare, mas sem os seus pavorosos defeitos.
(Visão, 13 de Agosto de 2009)

sábado, 7 de novembro de 2009

As próximas aulas

Depois do teste, vamos continuar a estudar as tipologias textuais, desde o regulamento aos textos de opinião e crítica. Por isso, e para as próximas aulas, tentem ler textos de crítica (a livros, filmes, música, etc.) que tenham em vossa casa ou que encontrem noutros locais.

E, para o teste, procurem fazer três coisas: 1) ler o caderno; 2) ler as crónicas que têm no vosso manual (pp. 33-34, 53-54 e 73-75); 3) resolver os exercícios que fizemos em aula.
Bom fim-de-semana!

domingo, 1 de novembro de 2009

O Cartoon (I)*

(Carlota, 10.º B)

(Stefanie, 10.º B)


(Francisco, 10.º B)

(Maria Fernandes, 10.º B)

[*Cartoons escolhidos pelos alunos]

sábado, 31 de outubro de 2009

Coesão textual (síntese)

Tipos de coesão textual:

1 - coesão frásica;

2 - coesão interfrásica (conectores/articuladores de discurso);

3 - coesão temporal;

4- coesão lexical (por repetição ou substituição por palavras que mantêm relações de sentido com a primeira);

5 - coesão referencial (anáfora*/catáfora, elipse)

* Numa das próximas aula, falaremos de termos co-referentes. Deixo aqui um exemplo: "Manuel Jesus escolheu a melhor equipa. O treinador do Benfica tinha todos os jogadores ao seu dispor.". Nesta frase, "Manuel Jesus" e "O treinador do Benfica" são termos co-referentes, referindo-se a uma mesma entidade; estes termos distinguem-se dos pronomes, que precisam de ir buscar o seu valor semântico a outras palavras. Existe, portanto, uma diferença entre anáfora e co-referência.

Música

Trabalho de pares/grupo - a crónica

Cenários de resposta (a partir de algumas respostas dadas pelos vários grupos)

“Orações soburdinadas”, de António Lobo Antunes (Visão, 19.03.2009)

1. O texto fala sobre as memórias de infância do cronista, destacando-se a memória de um professor que era «uma besta de violência».
2. + 2.1. Trata-se uma crónica literária. Na verdade, o texto que lemos partilha com o texto literário, nomeadamente com o texto poético, algumas características Assim, encontramos uma reflexão sobre o “eu” e as suas memórias («e volto à infância»), uma linguagem figurada e a utilização de recursos expressivos, como interrogações («O que lhe terá acontecido? Casou? Teve filhos?»).
3. O título – “Orações soburdinadas” – está relacionado com a infância do cronista, porque um dos episódios mais marcantes dessa infância foi aquele em que ele escreveu “orações soburdinadas” no quadro, tendo sido agredido pelo professor.
4. Quando o cronista encontra a prima Ana Maria na rua, volta à infância. Surgem, então, várias memórias, destacando-se a do enterro de Quim Zé, que morreu em Angola e era irmão de Ana Maria. Há também nessas memórias a imagem de uma menina de oito anos, por quem o cronista esteve apaixonado, e a recordação de um professor violento. No presente, o cronista é um escritor; depois do encontro com a prima, volta para casa, onde escreve a crónica.
5. O cronista apresenta uma explicação no próprio texto: ‘as pessoas que conhece de toda a vida não mudam’. Por outro lado, enquanto falava com Ana Maria, no presente, estava a vê-la na sua memória, em analepse, e, nessa memória, ela teria «dez anos, onze no máximo».
6. O autor do texto escreve os seus livros alinhando a tralha inútil que está no ‘sótão da sua cabeça’. Nos intervalos dos livros, pensa na «morte da bezerra».
7.
de cara à banda - surpreendido.
morte macaca - morte violenta.
8.
(«uma menina de oito anos por quem eu estava apaixonado»)
«a menina»
Coesão textual – referencial (anáfora)
9. Com a repetição da palavra “não”, o cronista vai aperfeiçoando uma descrição de si próprio, na qual se cruzam passado (o artolas a respirar o vapor do caneiro, no tempo de escola) e presente (o artolas a hesitar, sem saber como acabar a crónica).


"Esta crónica não é contra os taxistas", de José Luís Peixoto (Visão, 15.10.2009)
1. O texto fala sobre a antipatia de certos taxistas; sobre o modo como certos taxistas, por vezes, reagem aos pedidos dos seus clientes.
2. + 2.1. Trata-se uma crónica. Na verdade, trata-se um texto que fala de um acontecimento vivido pelo cronista no seu quotidiano, apresentando uma interpretação pessoal desse acontecimento («É uma deslocação curta […] é bastante pior do que isso»). Por outro lado, tem com um ensinamento, uma moral, a transmitir.
3. O título funciona como uma espécie de aviso que condiciona a interpretação do texto que vamos ler. Isto porque, até uma parte do texto, o cronista parece ter uma visão muito negativa dos taxistas.
4. O protagonista, depois de regressar do Uruguai, chegou a Lisboa. Era costume pedir à sua irmã que o fosse buscar, mas naquele dia tal não foi possível. Teve de ir de táxi, o que detestava. Porém, desta vez, a situação foi diferente: o taxista foi simpático e levou-o para os Olivais sem resmungar.
5.
Primeira frase – os seres humanos não são maus por natureza.
Segunda frase – "ser taxista de aeroporto", neste contexto, significa ter rancor contra tudo e contra todos, pensar que tudo está mal e que a culpa é dos outros.
6. Podemos considerar que este texto tem dois ensinamentos a transmitir. Por um lado, sugere que, muitas vezes, fazemos o que criticamos nas outras pessoas e, como muitos taxistas, passamos a vida a dizer que tudo está mal. Por outro, o cronista também aprende que as pessoas, como os taxistas, não são todas iguais.
7.
Anáfora - «Chegou a minha vez, o taxista veio ajudar-me e sorriu. Logo aí eu devia ter desconfiado, mas foi só quando me sentei e ele perguntou para […]».
(elipse - ver resposta à 9)
8. Problema ao nível da regência da preposição. O verbo “referir-se” rege a preposição “a”, e não a preposição “para”.
9. Sujeito nulo subentendido – “eu”

Enunciação, Dêixis e Deícticos

Na produção de um enunciado (produção linguística), o locutor (o “eu” que fala) e o interlocutor (aquele a quem o “eu” se dirige) encontram-se numa situação particular: num tempo e num espaço específicos (este é o ponto de referência da dêixis, a partir do qual se definem as coordenadas da enunciação).
Os elementos que apontam para quem produz o enunciado e para o tempo e o espaço da enunciação chamam-se deícticos.

Em termos mais simples, os deícticos são palavras que só podemos compreender sabendo quem está a falar, onde e quando.
Se eu digo: “Vou ali comprar o livro”
Só entendemos o valor semântico da palavra “ali” se soubermos onde está a pessoa que diz a palavra (no exemplo, sabemos que deve ser perto).

A dêixis é o fenómeno através do qual a linguagem remete para o contexto, para a situação de comunicação em que é utilizada.

domingo, 25 de outubro de 2009

Divirtam-se

E, já agora, tentem encontrar e explicar os erros, como fizemos em aula com o texto "Hades":

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Contrato de leitura

No âmbito do contrato de leitura, como sabem, é necessário elaborar uma ficha de leitura de cada livro. Encontram um modelo de ficha de leitura na página 250 do manual.

Hiperónimo/hipónimo; holónimo/merónimo

O Ciberdúvidas é um site onde podemos encontrar resposta para muitas dúvidas e questões relacionadas com a língua portuguesa. Fica aqui um texto sobre holónimos/merónimos e hiperónimos/hipónimos retirado desse site:

Um hipónimo é uma palavra cujo significado é hierarquicamente mais específico que o doutra; por exemplo, cenoura ou nabo estão em relação de hiponímia relativamente a legume. Hiperónimo é sinónimo de superordenado, nome que se dá ao termo cujo sentido inclui aquele (ou aqueles) de um ou de vários outros termos, chamados hipónimos. Assim, animal é hiperónimo de cão, gato, burro, etc. Quanto aos conceitos de holónimos e merónimos, eles estes estão consagrados na Nova Nomenclatura da Língua Portuguesa, em Semântica Lexical, cuja base de dados foi editada em CD, encontrando-se em linha na
página da APP. Com a seguinte definição: Holonímia «Relação de hierarquia semântica entre duas unidades lexicais; uma denota um todo (holónimo) sem impor obrigatoriamewnte as suas prioridades semânticas à outra, considerada sua parte (merónimo)» Exemplos «carro/volante – carro estabelece uma relação de holonímia com volante, sem porém lhe impor as suas propriedades; braço/corpo; vela/barco» Meronímia «Relação de hierarquia semântica entre duas unidades lexicais; uma denotando a parte(merónimo)» e criando uma relação de dependência ao implicar a referência a um todo (holónimo), relativo a essa parte» Exemplo «A unidade lexical «dedo» (merónimo) implica a unidade lexical «mão» (holónimo).

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Problemas de expressão escrita (teste de avaliação de diagnóstico)

1 - Não mudar, a meio da frase, e colocar um grupo preposicional. Por exemplo: "Os locais salientados pelo autor são os tapumes, o passeio, nas legendas, etc."

2 - Não escrever: “As razões que levam o autor... são porque”

3 - O nome da disciplina escreve-se com letra maiúscula. Exemplo: "Os professores de Português, de Filosofia, etc.."

4 - Evitar dar informações pouco importantes no contexto da resposta. Exemplo: "Os tapumes das obras daqueles bancos solícitos e hipócritas que pedem desculpa pelo incómodo..."

5 - É importante verificar se existe concordância entre sujeito e predicado, evitando frases como estas: “As razões... é...”

6 - É importante não confundir a terminação do presente do indicativo (em “am”) com a do futuro (em “ão”), como acontece nesta frase: “Os professores sublinhão...”.

7 - É importante perceber a diferença entre “há”, do verbo “haver”, e “à” (contracção de uma preposição com um artigo), evitando frases deste tipo: “Cada vez à mais problemas”.

8 - Não separar o “mos” do infinitivo pessoal do verbo; faz parte do verbo, não é um pronome. Assim, é incorrecto escrever: “O mais importante é reconhecer-mos”.

9 - A expressão “facto de” fica separada do artigo nas orações infinitivas. Por isso, não devemos escrever: “Saliente-se o facto dos professores terem...”

10 - É importante não confundirmos “vêem” (do verbo “ver”) com “vêm” (do verbo “vir”).

11 - Não podemos separar o sujeito do predicado, como acontece se colocarmos a vírgula depois de “conclusão”: “As razões que levam o autor a esta conclusão, prendem-se”.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bartoon

Cartoon de Luís Afonso

domingo, 11 de outubro de 2009

Luísa Costa Gomes

Numa das próximas aulas, iremos ler o texto “Hades”, de Luísa Costa Gomes. Ao longo do ano, estudaremos outros textos da mesma autora. Clicando aqui, é possível ir ao podcast (sistema que armazena dados) da TSF e ouvir uma entrevista de Luísa Costa Gomes conduzida por Carlos Vaz Marques.

A escritora tem uma página; fica aqui.

Aula n.º 2/3

Regras básicas de pontuação (continuação).
Ficha de trabalho - avaliação de diagnóstico.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Contrato de Leitura

A lista de obras de referência para o contrato de leitura está aqui.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

António Lobo Antunes fala sobre a prosa e os grandes livros

Este ano, iremos ler alguns textos de António Lobo Antunes. Aqui fica um vídeo onde o escritor fala da prosa e da relação entre a prosa e a poesia, e onde nos diz que os grandes livros são sempre reflexões profundas sobre o acto de escrever.

domingo, 4 de outubro de 2009

Regras de pontuação

Ponto final
Utiliza-se o ponto final para:
I. Indicar uma pausa grande. Utiliza-se no final de uma frase (seja esta composta por uma ou muitas palavras) e implica que a informação que queríamos transmitir está completa.
Exemplo: "O sol espreguiçou-se e escorregou para a linha do horizonte. Estava cansado."
II. Indicar uma pausa muito grande, com uma ligeira alteração de tópico ou propósito. Utiliza-se no final de um parágrafo. É chamado de ponto final parágrafo.
III. Marcar uma abreviatura, sendo chamado de ponto de abreviatura. Exemplo: "Sr. - Senhor"
IV. Distinguir a contagem de pontos ou uma enumeração feita por números (ordinais ou cardinais). 1.º (...) ou 1. (...)

Dois pontos
Utilizam-se os dois pontos para:
I. Introduzir o discurso directo ou citações.
Exemplo: "O murmúrio não se fez esperar: - A francesa fugiu com o amante..."
II. Apresentar uma enumeração de coisas.
Exemplo: "A paisagem estendia-se à sua frente: o rio, as lezírias, os touros bravos e os campinos."
III. Apresentar uma frase ou oração descritivas.
Exemplo: "A pequena olhou espantada: era uma casa pequenina e pitoresca, coberta de heras, com portadas esculpidas nas janelas e um pónei cor de areia à espera junto da porta."

Ponto de interrogação
Utiliza-se o ponto de interrogação para:
I. Indicar uma entoação interrogativa.
Exemplo: "E o que significava tudo aquilo? Não seria a famosa vingança que António lhe prometera a começar a dar frutos?"

Ponto de exclamação

Utiliza-se o ponto de exclamação para:
I. Exprimir aspectos emotivos: espanto, ironia, alegria, etc...
Exemplo: "Oh! Pois então! Não havia de faltar mais nada!"

Ponto de interrogação e ponto de exclamação

Utilizam-se estes dois pontos em sequência para:
I. Exprimir espanto e admiração com uma entoação interrogativa.
Exemplo: "Como?! Não podes estar a falar a sério! Ele bateu-te?!"

Reticências

Utilizam-se as reticências para:
I. Indicar que a frase ficou incompleta.
Exemplo: "Bem... se não se importasse... Posso?!"
II. Expressar hesitação, dúvida, ironia, malícia, etc...
Exemplo: "Oh, claro! Então, podia lá eu não acreditar em ti..."

Ponto e vírgula
Utiliza-se o ponto e vírgula para:
I. Separar orações quando estas já fazem uso de vírgulas e se encontram aglomeradas numa frase longa.
Exemplo: "Afonso deixou a sua montada escolher o caminho, a passo lento, enquanto olhava as transformações da paisagem: o velho carvalho, fendido por um relâmpago, era um tronco tombado; o bosque, que outrora parecera estender-se ininterruptamente, era uma fileira dupla de árvores novas; os campos agrícolas, inexistentes na sua infância, eram percorridos por homens e mulheres atarefados."
II. Separar orações subordinadas com o mesmo valor, que se encontram dependentes da mesma oração principal (ou subordinante).
Exemplo: "Joaquim fechou a porta com estrondo e susteve a respiração: estava tudo ali mesmo ao seu alcance, era só estender a mão; falar com cuidado para não assustar a tia; manter a fachada que tão cuidadosamente construíra; elevar, talvez, a ilusão a um novo patamar..."
III. Marcar o final das alíneas em textos de direito, política, etc.
Exemplo: "a) todos os membros devem ser eleitos democraticamente."

Travessão
Utiliza-se o travessão para:
I. Introduzir o discurso directo.
Exemplo: "- Bom dia! - a rapariga acenou alegremente na direcção do Paulo."
II. Isolar orações de discurso indirecto no meio do discurso directo.
Exemplo: "- Bom dia! - a rapariga acenou alegremente na direcção do Paulo, - então, ontem correu tudo bem?"
III. Separar ou destacar expressões que complementam o que se diz numa frase ou oração.
Exemplo: "Sacudiu a cabeça com força, em desespero de causa, a tentar esquecer todas aquelas ideias - a Joana com o Mário; a sua mulher e o seu melhor amigo - que lembravam demasiado os guiões das novelas."

Retirado do site "Criar Mundos"

(Nota: em aula veremos os contextos em que se utiliza a vírgula)
O aluno tem também na página da escola uma ficha sobre a pontuação (pode chegar lá clicando aqui; depois é ir a Informações e Materiais Pedagógicos)

1.ª Aula

Sumário:
Apresentação.
Enumeração dos critérios de avaliação da disciplina.
Regras básicas de pontuação (revisão).
 
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