segunda-feira, 5 de abril de 2010

Segundo teste (lírica camoniana)

(Sugestões de resposta)
Teste com o poema “De que me serve fugir”, de Luís de Camões.

Grupo I (Interpretação e Expressão Escrita)
A)
1. Medida velha.
1.1. O mote é o conjunto de versos que apresenta o tema que o poeta vai glosar (desenvolver) nas várias estrofes (voltas). Enquanto o mote resume a ideia do poema, as voltas desenvolvem essa ideia. No poema apresentado, o mote contém uma pergunta retórica, que tem implícita a ideia de que o sujeito poético não pode fugir do sofrimento; as voltas apresentam razões que justificam essa ideia.
2. A pergunta que encontramos no mote do poema pretende provar que não é possível fugir do sofrimento. O sujeito lírico («me») diz que ele próprio é a razão do seu sofrimento («se me eu levo comigo?»).
3. O sujeito lírico diz que não pode ‘ser contente’ porque nasceu, sugerindo assim que o sofrimento está inscrito na sua natureza («pois que pude ser nascido»). Ele acrescenta ainda que é o seu próprio perigo («que eu mesmo sou meu perigo»).
4. Nos quatro versos («E se de mi me livrasse / nenhum gosto me seria; / que, não sendo eu, não teria / mal que esse bem me tirasse»), o sujeito poético afirma que não vale a pena livrar-se de si mesmo (suicidar-se), porque, embora isso pudesse ser um bem (ele livrar-se-ia do seu tormento, isto é, de si mesmo), como ele já existia («não sendo eu»), não poderia gozar esse bem. Conclui-se, portanto, e de acordo com a ideia que percorre o poema, que, para o sujeito lírico, o ‘contentamento’ não é possível.
B)
A resposta deve incluir uma pequena definição de “petrarquismo” (ou do “feminino petrarquista”) e um comentário ao poema. Este comentário deverá referir os traços que são atribuídos à figura feminina (traços físicos e morais/espirituais, referidos através de imagens hiperbólicas).

Grupo II (Funcionamento da Língua)
1.
Guarda-chuva – composição morfossintáctica
Entristecer – derivação (afixação por parassíntese)
Amoral – derivação (afixação por prefixação)
Cibercafé – composição morfológica.
“O plano tem um contra” – derivação imprópria
2.
O sujeito poético entristece (oração principal)
porque a amada está longe (oração subordinada adverbial causal)
O sujeito poético entristece (oração principal)
por a amada estar longe (oração subordinada adverbial causal não finita infinitiva)
Quando a amada aparece, (oração subordinada adverbial temporal)
enfeitiça o sujeito poético. (oração principal)
Ao aparecer, (oração subordinada adverbial temporal não finita infinitiva)
a amada enfeitiça o sujeito poético. (oração principal)
A amada é uma Circe. (oração principal)
que o sujeito poético admira (oração subordinada adjectiva relativa explicativa)

3.
a) O poeta contou segredos à Natureza. (complemento indirecto)
b) Dante foi ao Inferno. (complemento oblíquo)
c) Dante foi ao Inferno com Virgílio. (modificador - grupo preposicional)
d) O poeta conta a sua dor com lágrimas. (modificador - grupo preposicional)
e) O poeta conta a sua dor. (complemento directo)

Grupo III (Expressão Escrita)
Produção de reflexão/dissertação.
Pergunta de resposta aberta. São tidos em conta os seguintes critérios: estruturação do texto com recurso a técnicas discursivas que têm em vista a formulação e a defesa de uma posição; propriedades da textualidade (continuidade, progressão, coesão e coerência).


Teste com o poema “Se me levam águas”, de Luís de Camões

Grupo I (Interpretação e Expressão Escrita)
A)
Grupo I
1. Medida velha.
1.1. O mote é o conjunto de versos que apresenta o tema que o poeta vai glosar (desenvolver) nas várias estrofes (voltas). Enquanto o mote resume a ideia do poema, as voltas desenvolvem essa ideia. No poema apresentado, o mote sugere que se falará nas voltas de “águas”: as águas que levam o sujeito lírico e as águas que o sujeito leva consigo (as lágrimas).
2. O sujeito lírico afirma que os seus olhos dirão ‘de si a verdade’ porque é através dos olhos que o sujeito lança as águas (lágrimas) que ‘mostram’ as mágoas da sua alma, as mágoas que são fruto da saudade.
3. O sujeito, nestes quatro versos, afirma que, apesar de todas as águas serem salgadas (as águas do mar e as águas dos olhos), as águas dos olhos, as águas que chora, lhe parecem doces. O poema permite que interpretemos a transformação do salgado em doce com base em duas ideias: as lágrimas parecem doces porque, ao chorar, o sujeito recorda a amada (são lágrimas de saudade), ou parecem doces porque, quando o sujeito lírico chora, as suas mágoas não doem.
4. No poema, encontramos uma metáfora que permite dar uma definição exacta do que são as lágrimas de saudade. As lágrimas são “águas doces” (última volta).
B)
Ver cenário de resposta da versão A

Grupo II (Funcionamento da Língua)
1.
Porta-voz – composição morfossintáctica
Enfraquecer – derivação (afixação por parassíntese)
Imoral – derivação (afixação por prefixação)
Agricultura – composição morfológica.
“O plano tem um contra” – derivação imprópria
2.
Dado que a amada está longe, (oração subordinada adverbial causal)
o sujeito poético entristece. (oração principal)
O sujeito poético entristece (oração principal)
por a amada estar longe. (oração subordinada adverbial causal não finita infinitiva)
Quando a amada aparece, (oração subordinada adverbial causal)
enfeitiça o sujeito poético. (oração principal)
Ao aparecer, (oração subordinada adverbial temporal não finita infinitiva)
a amada enfeitiça o sujeito poético. (oração principal)
A amada é uma Circe. (oração principal)
que o sujeito poético admira (oração subordinada adjectiva relativa explicativa)

3.
a) O poeta contou-lhe segredos. (complemento indirecto)
b) Dante regressou do Inferno. (complemento oblíquo)
c) Dante foi ao Inferno com Virgílio. (modificador - grupo preposicional)
d) O poeta conta a sua dor aos leitores. (complemento indirecto)
e) As lágrimas do poeta mostram a sua dor. (complemento directo)

Grupo III (Expressão Escrita)
Ver cenário de resposta da versão A

Sem comentários:

 
Site Meter