sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Entrevista a Catarina Ribeiro", na eMedicine

Galardoada, em 2020, com o prémio Nobel da Medicina, Catarina Ribeiro nasceu a 15 de Fevereiro de 1994, na cidade de Setúbal. Formou-se, com distinção, em Medicina, na Faculdade de Medicina de Lisboa, tendo sido imediatamente convidada para trabalhar no Departamento de Neurologia no Memorial Hospital for Cancer and Allied Diseases, em Nova Iorque.
Pediu uma licença sem vencimento de um ano para poder colaborar com os Médicos Sem Fronteiras, no Burundi.
Regressada ao Memorial Hospital for Cancer and Allied Diseases, destacou-se pela aturada investigação sobre a cura do Cancro, não só a nível cerebral, como em todas as outras partes do corpo.
A prestigiada médica dispensou algum do seu precioso tempo à revista eMedicine, para saciar a curiosidade dos nossos leitores.

eMedicine: Quando nasceu em si o desejo de seguir esta carreira profissional? Sempre o teve?
Drª Catarina: A Medicina, para mim, sempre foi a área que me interessou. Não sei se isso se deve ao facto de ter familiares médicos ou não, mas a verdade é que desde sempre me recordo de brincar aos médicos e de ver filmes e documentários sobre o tema. Estabeleci, então, desde cedo as minhas metas; o caminho que queria seguir. Lembro-me perfeitamente de estar no Secundário e de me esforçar bastante para atingir os meus objectivos, de passar as noites todas em casa a estudar, enquanto os meus amigos se iam divertir para as discotecas.
eMedicine: Não se sente orgulhosa? Acha que valeu a pena todo o esforço que fez durante o tempo de estudante?
Drª Catarina: Bem… eu ainda me considero estudante (risos). A meu ver, estamos sempre a aprender e, se quisermos crescer enquanto seres humanos, não podemos perder a vontade de aprender. Por mais livros que leia, nunca terei em minha posse todo o saber; ainda mais neste Departamento, no qual todos os dias há novas descobertas e investigações a decorrer. E quanto ao facto de me sentir orgulhosa de mim própria, na verdade, tenho muito brio nos meus feitos. Tudo valeu a pena. Aqui estou, intervenho numa das áreas mais prestigiadas, onde o conhecimento nunca é absoluto, e posso dar o meu melhor cada dia que passa. Não imagina como nos faz sentir bem salvarmos uma pessoa ou contribuirmos para que a qualidade de vida dessa pessoa seja consideravelmente melhor.
eMedicine: Já que referiu os seus “feitos”, em relação à sua investigação, como a conseguiu concluir?
Drª Catarina: Não conseguiria concluir a minha investigação sozinha. Tive a preciosa ajuda de uma equipa de investigadores que me ajudou a pôr em prática teorias que estavam apenas no papel. Mas também tenho de agradecer a todos os investigadores da minha área, que me deram informações e documentos credíveis para eu iniciar o meu trabalho.
eMedicine: Em que se baseou na sua investigação? Quais os resultados?
Drª Catarina: Já existiam tratamentos para o cancro, mas não totalmente eficazes. Por esta razão, continuavam a morrer pessoas em todo o mundo. Tentei, então, solucionar o problema. O tratamento que concebi consiste na cirurgia, quando a doença ainda não está muito disseminada, na quimioterapia e na radiação. Dado que estes dois tratamentos - a quimioterapia e a radiação -não actuam exclusivamente nas células cancerígenas, não são muito eficazes, pois acabam por provocar a destruição de outras células essenciais ao bom funcionamento do corpo. Tentei, por isso, criar um tipo de tratamento em que a radiação actuasse directamente nas células malignas e unicamente nestas, removendo-as por completo do organismo. Esta radiação é unidireccional e, como é feita através da cirurgia, não danifica quaisquer tecidos do organismo. Este tratamento é eficaz, mas não quando o cancro já se espalhou pelo corpo todo.
eMedicine: Então esse tratamento ainda não é totalmente eficaz para a cura de qualquer cancro?
Drª Catarina: Este não, mas o outro que eu e a minha equipa estamos a desenvolver, sim. Basicamente, consiste nuns comprimidos que, após a ingestão, serão atraídos pelas células cancerígenas. Estes irão ser absorvidos por essas células, mas provocam imediatamente a corrosão das células malignas, fazendo com que estas se removam do organismo. Este tratamento será eficaz, mesmo quando o cancro já se encontra numa fase muito avançada.
eMedicine: Bem, suponho que tenha muito que fazer, por isso não lhe gasto mais tempo. Muito obrigada pela sua disponibilidade e simpatia. Que tenha muito sucesso, e passe bem.
Drª Catarina: Ora essa, eu é que agradeço, foi um prazer falar consigo.

(eMedicine, Fevereiro de 2021)
Catarina Ribeiro (10.º A)

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