domingo, 31 de janeiro de 2010

Palavras da nossa língua

panegírico
(panegyricus, -i, elogio)
s. m.
1. Discurso em louvor de alguém.
2. Sermão laudatório.
3. Elogio exagerado. = louvor
adj.
4. Que enaltece, elogia. = laudatório, encomiástico

Mais exercícios

I. Indica os actos ilocutórios que correspondem aos enunciados que se seguem:
Sugiro que aceites a minha proposta. ______________________________________________
Considero que tens razão. _____________________________________________
Está aberta a sessão. _____________________________________________________
Juro que isto não ficará assim! ____________________________________________________
Exijo que me entreguem o trabalho.
________________________________________________
Vamos dar início à aula. _______________________________________________________
Importa-se de fechar a janela?____________________________________________________
Daqui a uma semana entrego os testes. ____________________________________________
Que dia maravilhoso! ______________________________________________________

II. Divida e classifique as orações que se seguem:
O texto que lemos é de Miguel Torga.
__________________________________________________________________________________
O Rui, que é muito bom aluno, anda a dar explicação aos colegas.
__________________________________________________________________________________
Não só escrevia como também realizava filmes.
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É certo que só tens esta hipótese.
__________________________________________________________________________________
A entrevista mostra que ela é uma pessoa determinada.
__________________________________________________________________________________

III. Questionário sobre textos autobiográficos
Está aqui.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Exercícios

Duas coisas:

1) Podem encontrar nesta página uma explicação sobre os actos ilocutórios.

2) Como sabem, irá sair um grupo em que têm de formar frases com os constituintes sintácticos que são indicados. Ficam aqui alguns exercícios:
Sujeito nulo subentendido + predicado com verbo copulativo e predicativo do sujeito
Sujeito composto + predicado com verbo transitivo directo e complemento directo
Sujeito nulo expletivo + predicado com verbo impessoal
Sujeito simples + predicado com verbo transitivo indirecto + complemento oblíquo (preposicional)

Diário (exemplos)

Algumas páginas do diário de José Régio.




José Régio, Páginas do Diário Íntimo. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2.ª edição, 2004.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

1.º teste (2.º período)

- Textos de carácter autobiográfico (auto-retrato, diário, carta);
- Actos ilocutórios;
- Deícticos;
- Funções sintácticas (tipos de sujeito; verbos e complementos);
- Orações coordenadas e subordinadas (só as subordinadas completivas e relativas).

Música

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Palavras da nossa língua

locupletar
(latim locupleto, -are, enriquecer)
v. tr. e pron.
1. Tornar ou tornar-se rico. = enriquecer ≠ empobrecer
2. Tornar ou ficar completamente cheio. = encher ≠ esvaziar

Os "meninos" escusam de vir com desculpas, porque isto é mesmo só para se rirem um bocado

É um texto do João Lisboa, crítico de música do jornal Expresso:

Vem aí uma geração de rapazes frustrados (artigo do "Público" de hoje, de Clara Viana)
Constatação de factos: "As raparigas têm hoje melhores notas e vão mais longe; os rapazes desistem, muitos deles logo no fim da escolaridade obrigatória. Nos 27 países da União Europeia, só a Alemanha mantém, no ensino superior, valores equilibrados de participação dos dois sexos".
Causas: "As raparigas são socializadas na família em moldes que facilitam a adaptação às exigências escolares: mais responsabilidade, mais autonomia, mais trabalho" enquanto "os estereótipos sociais ainda dominantes valorizam nos rapazes o desafio, a violência e o uso da força, um verdadeiro arsenal antiescolar", segundo Christian Baudelot (sociólogo especialista em assuntos de educação); por outro lado, para "os professores, na sua esmagadora maioria, mulheres, o modo como as raparigas se comportam e trabalham é 'mais conforme com as suas representações do bom aluno ou aluno ideal' - o que poderá conduzir a uma 'sobreavaliação' das alunas e a uma 'discriminação' dos alunos" (opinião de Alice Mendonça, professora na Universidade da Madeira); "como o comportamento afecta de modo significativo o aproveitamento, a pouca conformidade às regras escolares estará na base dos piores resultados dos rapazes" (Teresa Seabra, socióloga do ISCTE); ou seja, tudo isto acontece "avisam os investigadores, por [os rapazes] estarem a ser avaliados num sistema que valoriza as características próprias das raparigas e penaliza as dos rapazes".
Soluções: "Em Portugal, há alguns anos, houve quem chegasse a propor a introdução de quotas para homens nas faculdades de Medicina. Em países onde o debate está lançado, há quem defenda o regresso às escolas separadas" ou "aulas separadas para as disciplinas onde as diferenças são maiores"; "no Reino Unido, as escolas do pré-escolar receberam instruções do Governo para, a partir, deste mês, reforçarem os exercícios de escrita com 'materiais engraçados', junto dos rapazes de 3/4 anos".
CONCLUSÃO: as raparigas porque são mais responsáveis, mais autónomas, trabalham mais e têm menos problemas de comportamento criaram um quadro de valores lá muito delas (mas que os sacanas dos profes - pior ainda, as profes! -, vá-se lá entender porquê, preferem) e que, de forma totalitária, discrimina e oprime os pobres moços, recusando-se, injusta e cruelmente, a reconhecer aqueles que lhes são próprios e saudáveis, como andar à porrada, jogar à bola e andar à porrada, sem ligar peva a essas mariquices de livros e o raio. Logo, há que proteger as infelizes criaturinhas XY, rasgando-lhes os horizontes para um futuro radioso de débeis mentais que, desse modo, lhes ficará irremediavelmente assegurado.
Intrigante é que, quando os números eram ao contrário, o problema parecia não existir.
(aqui)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Um texto sobre crónicas e diários

Se quiserem ler um texto de Abel Barros Baptista sobre a crónica e o diário (aquilo a que o autor chama "literatura do sujeito"), está aqui.

Cinema (sugestões)


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Textos que estão na reprografia (4)

“Retrato Próprio”, de Bocage

1. Com base no poema, defina “auto-retrato”.

2. Identifique no poema as características que o sujeito poético atribui a si próprio (físicas, psicológicas, afectivas e ideológicas).

3. Transcreva versos que exprimam:
- um temperamento impetuoso;
- a incapacidade de se fixar;
- a inconstância no amor;
- o anticlericalismo.

4. Identifique uma figura de estilo no verso «Nariz alto no meio, e não pequeno.».

5. O poema que leu tem duas quadras e dois tercetos. Indique o nome desta composição poética.

6. Classifique morfologicamente as palavras: «em», «por» e «de» (segunda estrofe) e «luz» (última estrofe).

Carta a Ofélia Queirós

Todas as cartas de amor são ridículas.
Álvaro de Campos
1. Pensa que o texto pode ser considerado um texto de carácter autobiográfico? Justifique a sua resposta.

2. Descreva o estado de espírito do remetente.

3. Explique as razões que levam o remetente a escrever: «entendo da mesma maneira, mas dói-me mais» (linhas 4/5).

4. Relacione o terceiro parágrafo da carta com o poema de Álvaro de Campos (p. 81 do manual).

5. Explique o sentido das duas interrogações do quarto parágrafo da carta, explicitando os argumentos que surgem nesse parágrafo.

Textos que estão na reprografia (3)



Exercícios sobre actos ilocutórios (retirado de Testes - Português 10.º. Edições Asa, 2009)

Textos que estão na reprografia (2)

Processos morfológicos de formação de palavras
(de acordo com o Dicionário Terminológico, que veio substituir a TLEBS)

Na língua que falamos, existem palavras simples e complexas.
--> Uma palavra simples é composta por um único radical. Exemplos: “casa”, “casas”.
--> Uma palavra complexa é uma palavra derivada por composição ou derivação.

Há dois processos de composição:
Composição morfológica (corresponde ao processo de composição por aglutinação): quando temos um radical associado a outro radical ou a uma ou mais palavras. Exemplo: “agricultura”, “luso-descendente”, “psicólogo”.
Composição morfossintáctica (corresponde ao processo de composição por justaposição): quando se associam duas ou mais palavras. Exemplos: “surdo-mudo”, “guarda-chuva”, “peixe-espada”.

Temos também dois processos de derivação:
--> Afixação (quando juntamos algum elemento a uma forma de base)
Por sufixação: junta-se um sufixo à forma de base.
Exemplo: escuro à escuri[dão]
Por prefixação: junta-se um prefixo à forma de base.
Exemplo: rugas à [anti-]rugas
Por parassíntese: junta-se, simultaneamente, um prefixo e um sufixo a uma forma de base.
Exemplo: a[padrinh]ar, a[podre]cer, en[gord]ar.

--> Conversão (quando não adicionamos nenhum elemento – sufixo ou prefixo – à palavra)
Por derivação imprópria:
Quando a palavra muda de classe. Exemplo: “vou olhar com atenção” (olhar = verbo); “o olhar diz tudo” (olhar = nome).
Por derivação regressiva (ou derivação não-afixal):
Quando formamos um nome a partir de uma forma verbal. Exemplo: trocar --> A “troca”; abraçar --> um “abraço”; socorrer --> o “socorro”.

Processos irregulares de formação de palavras
Empréstimo – processo de transferência de uma palavra de uma língua para outra. Exemplo: placard (palavra francesa).
Amálgama – palavra que resulta da junção do início de uma palavra com a parte final de outra. Exemplo: cibernauta (palavra que resultou no cruzamento de cibernética + astronauta).
Sigla - Palavra formada através da redução de um grupo de palavras às suas iniciais. Exemplo: PCP (Partido Comunista Português).
Acronímia – Palavra formada através da junção de letras ou sílabas iniciais de um grupo de palavras, que se pronuncia como uma palavra só. Exemplo: LATI (Liga dos Amigos da Terceira Idade)
Onomatopeia - Palavra criada por imitação de um som natural. Exemplo: Toc-toc (bater na porta)
Truncação - Processo de formação de palavras que consiste na criação de uma palavra a partir do apagamento de parte da palavra de que deriva. Exemplo: Metro (de metropolitano).

(Atenção: não consegui colocar aqui a lista com os prefixos e sufixos de origem grega e latina; a lista está na reprografia)

Textos que estão na reprografia (1)

Um documento com a síntese das características de textos de carácter autobiográfico (está aqui).

Textos de Carácter Autobiográfico
Biografia / Autobiografia

O texto biográfico é um texto relativo à biografia, ou seja, «descrição da vida de alguém» ou «obra que retrata a vida de alguém». Assim, o texto biográfico descreve (retrata) a vida de alguém. Por sua vez, o texto autobiográfico é um texto relativo à autobiografia, sendo esta a «vida de um indivíduo escrita por ele próprio». Assim, se ambos os textos são biografias, no autobiográfico o autor escreve sobre a sua própria vida, enquanto no biográfico descreve a vida de outra pessoa, regra geral de valor acima da média, em qualquer actividade.
A autobiografia implica uma percepção consciente da pessoa singular que há em cada ser humano. Tanto representa a expressão do "Eu" como autoridade individual, capaz de se defender ou exaltar, como assenta numa autoconsciência individual apta a explorar a face privada da sua vida. Por vezes, usando o individualismo como ideologia, limita-se a traduzir a face pública do "Eu" sujeito e orienta-se para o enaltecimento e apologia de uma causa ou de uma carreira.
A escrita autobiográfica requer alguma impessoalidade e distanciação do autor em relação a si mesmo, o que exige conhecer-se e perceber o que diferencia a sua identidade singular da identidade dos outros. Ao mesmo tempo, envolve tensões entre a vida particular e a vida ou actuação pública. Essa tensão pode resultar, também, de em vez de o "Eu" se manifestar como expressão de uma unidade singular necessitar de uma inflexão, explorando a experiência de uma identidade compartilhada.
A autobiografia é, forçosamente, ficcional ao pressupor a autoconsciência e ao envolver todas as tensões entre a face privada e a público, a identidade singular diferenciada dos demais, a individualidade e a possível partilha.
Síntese:
--> A Biografia é um texto que, sendo narrado na 3.ª pessoa, tende a ser mais objectivo. Numa biografia, a ordem cronológica dos acontecimentos é respeitada.

--> A Autobiografia é um texto de tom predominantemente subjectivo e no qual encontramos muitas coordenadas de enunciação. O tom subjectivo do texto releva da existência de vários recursos expressivos. Para além dos recursos expressivos, encontramos numa autobiografia determinadas marcas linguísticas:
- predomínio da narração na 1.ª pessoa;
- deícticos;
- verbos epistémicos (achar, pensar, reconhecer, acreditar…), verbos avaliativos (gostar, lamentar, adorar, suportar…), verbos perceptivos (vi, senti, ouvi, toquei), verbos de rememoração (recordar-se, lembrar-se…);
- conectores que asseguram uma lógica temporal.

Glossário – Textos de Carácter Autobiográfico
Autobiografia
Narração sobre a vida de um indivíduo, escrita pelo próprio, sob forma documental ou ficcional. Etimologia: do grego autós (significa “o próprio”, “o mesmo”) + bíos (“vida”), + gráphein (“escrever”).
Auto-retrato
É um retrato que um indivíduo faz de si mesmo (sob forma de desenho, pintura, gravura ou descrição escrita ou oral). Muito usado na pintura, na literatura ou na escultura, o auto-retrato nem sempre representa a imagem real da pessoa, mas sim como o artista se vê. Pense-se, por exemplo, no mestre da pintura holandesa Rembrandt (1606-1669), cujos auto-retratos dão a conhecer o percurso da sua vida. Etimologia: autós (“o próprio”, “o mesmo”) + retrato (it. ritratto).

O diário e as memórias, sendo exemplos de escrita autobiográfica, têm marcas linguísticas de um texto autobiográfico.

Diário
Um diário é um escrito onde se registam os acontecimentos de cada dia. Enquanto género literário, o diário é um texto em que o autor relata cronologicamente factos e acontecimentos do seu dia-a-dia, acrescentando a esse relato as suas opiniões, meditações ou digressões filosóficas.
Etimologia: lat. diarium, ii.
Memórias (género memorialístico)
No género memorialístico, o autor reflecte sobre acontecimentos passados. As memórias têm um cunho pessoal e intimista, mas distinguem-se do diário pelo facto de serem escritas muito depois dos acontecimentos que o autor presenciou ou nos quais interveio.
Etimologia: lat. memoria, ae.
 
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